Representantes dos militares garantem mesmo que não há uma única viatura média ou pesada, bloqueando o combate nos fogos mais complicados.
À beira do regresso do calor e do início do verão, o Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro (GIPS) da GNR, reforçado este ano para responder melhor aos fogos, continua com faltas de material de proteção individual e até de viaturas.
A denúncia é feita à TSF pelas duas associações que representam os militares, mas recusada pela GNR.
A Associacão Sócio Profissional Independente da Guarda (ASPIG) apresenta mesmo um concurso público com um preço base de 814 mil euros que só recentemente teve um vencedor e tem um prazo de entrega dos materiais de 90 dias, ou seja, quase no fim do verão.
No site oficial do Estado, este concurso para aquisição de equipamento de proteção individual para combate a incêndios ainda nem revela qualquer contrato assinado.
Recorde-se que quando o problema da falta de meios foi denunciado pelo Público no início de maio, o primeiro-ministro prometeu ter tudo pronto em meados de junho.
Equipamento chega a conta-gotas
Adolfo Clérigo, vice-presidente da ASPIG, adianta que os cerca de 500 novos elementos do GIPS têm recebido algum equipamento no último mês mas continuam a ter apenas um fato de proteção disponível, muito longe dos três aconselhados, o que preocupa a associação.
O presidente da Associação dos Profissionais da Guarda, César Nogueira, também adianta que prometer é fácil, mas tudo isto foi feito tarde pelo que é normal que continue a falta de equipamentos de proteção individual, nomeadamente a nível das fardas resistentes a altas temperaturas.
Combate ampliado bloqueado por falta de viaturas
Adolfo Clérigo acrescenta que nenhum militar da GNR se vai recusar a combater os fogos, mesmo que não tenham meios, sublinhando que também estão preocupados com a falta de viaturas médias e pesadas para a nova função dos GIPS no combate aos fogos, ou seja, quando ao fim de algumas horas as chamas continuam por controlar.
O dirigente da ASPIG adianta que ainda não chegou uma única viatura média ou pesada (apenas ligeiras) pelo que na prática as companhias com esta função estão inoperacionais.
GNR garante capacidade de resposta
Questionado pela TSF se o GIPS já tem todo o equipamento previsto e se os concursos têm prazos de entrega de 90 dias, a GNR responde garantindo que este Grupo "está dotado dos equipamentos de proteção individual que permitem o cumprimento da sua missão" e que "atuará a partir dos centros de meios com brigadas helitransportadas de ataque inicial e com meios de intervenção terrestre, quer em ataque inicial quer em ataque ampliado".
Sobre as viaturas médias e pesadas que as associações representativas dos guardas garantem que não existem e bloqueiam o ataque ampliado, a GNR responde com as oito viaturas ligeiras distribuídas em maio e promete mais viaturas nas próximas semanas: "o Tribunal de Contas já visou os contratos da sua aquisição".
Fonte: TSF
Foto: Paulo Novais/Lusa
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