sexta-feira, 24 de agosto de 2018

As lágrimas deram lugar à revolta em Pedrógão Grande. MP vai investigar

De acordo com uma investigação da TVI, dezenas de populares dizem ter sido aconselhados pela autarquia a mudar as moradas fiscais para receber apoios solidários. Presidente da Câmara de Pedrógão Grande, Valdemar Alves, já reagiu, pedindo a apreciação do Ministério Público.

As lágrimas deram lugar à revolta em Pedrógão Grande. MP vai investigar
Mais de um ano depois, o fatídico incêndio de Pedrógão Grande, que tirou a vida a 66 pessoas e comoveu todo o país, continua a chocar. Só que, desta vez, as lágrimas deram lugar à revolta perante dezenas de denúncias que dão conta de alegadas fraudes na utilização de ajudas solidárias. Pelo menos, de acordo com o que a TVI apurou na sequência de uma investigação jornalística.
Em causa, estavam pedidos de alteração de morada fiscal de modo a que habitações não permanentes fossem consideradas de primeira habitação e, assim, contempladas com os apoios à reconstrução. Casas essas que, segundo uma reportagem realizada na altura pela revista Visão, estavam em ruínas e já danificadas mesmo antes dos incêndios.
Suspeitas que o presidente da Câmara de Pedrógão Grande, Valdemar Alves, apressou-se a desmentir e a classificar como sendo “inveja e “má fé”, mas que o Ministério Público (MP) decidiu investigar.
Agora, as suspeitas voltam a assombrar Pedrógão Grande. Esta quarta-feira, uma reportagem da TVI revelou que o autarca Valdemar Alves e o vereador do Urbanismo Bruno Gomes saberiam, alegadamente, da existência de irregularidades no processo de atribuição de donativos para a recuperação das casas de primeira habitação que arderam nos fogos de junho do ano passado. 
Dezenas de populares garantiram mesmo à estação de Queluz que foi a própria autarquia de Pedrógão Grande a sugerir aos habitantes que alterassem as moradas fiscais para conseguirem recuperar casas, de segunda e terceira habitação, com dinheiro dos donativos.
Grande parte dos beneficiários destas ajudas solidárias é familiar dos presidentes das juntas locais ou de funcionários da própria Câmara Municipal de Pedrógão Grande.
"Face à gravidade das denúncias veiculadas na reportagem transmitida pela estação de televisão TVI em 22 de agosto [quarta-feira], denominada 'Repórter TVI - Compadrio'" e às "imputações graves e difamatórias" ao presidente e vice-presidente da Câmara e a funcionários camarários, Valdemar Alves pretende "submeter à apreciação do Ministério Público todas as denúncias que foram ali tratadas", pode ler-se numa nota a que a agência Lusa teve acesso.
De acordo com a TVI, o Governo já enviou para o Ministério Público as denúncias de irregularidades reveladas na reportagem.
Fonte: noticiasaominuto

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