Cardeal Müller: o Papa não é infalível em ecologia ou meio ambiente |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
O Cardeal Gerhard Müller que se desempenhou como máximo guardião da ortodoxia católica até o Papa Francisco não lhe renovar o encargo, voltou a reafirmar uma evidência de todo tamanho:
os católicos não são obrigados a seguir a agenda eco-esquerdista do Papa Francisco de se opor a combustíveis fosseis e de favorecer acordos acerca de assuntos ambientais.
O Cardeal alemão reafirmou essa evidência, pois não se trata de matéria religiosa mas de assunto climático sobre o qual o sucessor de Pedro não tem autoridade e ainda menos infalibilidade.
E o fez em entrevista ao conceituado jornal australiano The Australian durante visita a Sidney no mês de julho do presente ano.
Obviamente, a sensata opinião caiu mal nos ardidos amigos “verdes” do pontífice argentino que viu sua ‘encíclica’ ecologista posta em seu devido lugar.
O Cardeal Müller esteve em Sydney para discursar na conferência da Confraternidade Australiana do Clero Católico, hoje muito engajada em defender o sigilo canônico da confissão ameaçada por leis anticlericais.
“Não somos um partido verde”, acrescentou. E sublinhou:“Política ambiental não tem nada a ver com a fé e moral. Esses assuntos são para políticos e para o povo votar no partido ao qual adere”.“Os bispos não são cientistas, especialistas em meio-ambiente ou políticos”. Müller recomendou que os líderes da Igreja se concentrassem na religião.
Segundo Müller o Papa Francisco e os cardeais e bispos que o rodeiam, aliás em sempre menor número, precisam “dar clareza, baseada na palavra de Deus” para curar o “cisma” existente entre “conservadores” e “progressistas” na Igreja.
As incursões pontifícias na ecologia baseadas em cientistas militantes anarco-tribalistas e teólogos desqualificados como o ex-frei Leonardo Boff, tiram toda seriedade às propostas ecologistas do clero “progressista”.
E constituem mais um fator de confusão na Igreja e na sociedade.
Cardeal Coccopalmerio: até se envolver em escândalo repugnante foi arauto ecologista no Vaticano |
O jornal australiano evocou as propostas do Cardeal Francesco Coccopalmerio, presidente emérito do Pontifício Conselho para os Textos Legislativos no Vaticano.
Ele chegou a propor o disparate de incluir no Código de Direito Canônico (máximo código de leis da Igreja) a condenação da ‘conduta anti-ecologista’ e que ‘seja instaurada como nova obrigação legal uma atitude de respeito, prevenção e tutela do meio ambiente’.
Em segundo lugar postulou que seja instituído um serviço que elaboraria um rating com critérios ambientalistas classificando as empresas pela atenção dada à doutrina social da Igreja, segundo informou o site “La Nuova Bussola Quotidiana”.
Obviamente as empresas que tentassem ou dissessem tentar aplicar as teorias extravagantes da ‘Laudato si’ seriam premiadas ‘a priori’.
A China com seu tráfico de órgãos humanos já ganhou o recorde do rating nas palavras de Mons. Marcelo Sánchez Sorondo, chanceler da Pontifícia Academia das Ciências e da Pontifícia Academia das Ciências Sociais. Cfr.: Apoio a nossos irmãos católicos perseguidos na China
Segundo o Cardeal Mueller, os líderes da Igreja deveriam se concentrar no ensino e na prática de religião.
Especialmente evangelizar os jovens e não transformar as igrejas em locais de festas litúrgicas onde a Missa é um mero “entretenimento religioso”.
Imagine-se o que virariam essas igrejas e Missas com a implantação das propostas ambientalistas não obrigatórias porque não católicas do Papa Francisco, do hoje afastado Cardeal Coccopalmerio, de Mons. Sánchez Sorondo ou do ex-frei Boff.
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