A malária continua a ser a principal causa de internamento no nosso país, em 2017 pelo menos 10 milhões de moçambicanos contraíram a doença que afectou 219 milhões de pessoas em todo o mundo. Apesar da “gazeta” do Presidente Filipe Nyusi apelos ao envolvimento dos políticos foram feitos durante o lançamento do Relatório global da OMS em Maputo e também ao aumento da contribuição financeira de cada país. Moçambique investiu apenas 76 mil dólares para o combate desta doença que matou 1.114 pessoas no ano passado.
O combate à malária estagnou no mundo, em 2017 a Organização Mundial da Saúde (OMS) registou 219 milhões de casos de malária, “números similares aos que reportamos em 2016. Se olharmos há 10 anos atrás, comparativamente a 2010 houve uma progresso massivo, mas nos últimos anos esse progresso reduziu e por isso nos últimos 3 a 4 anos o número de casos e de mortes permanece relativamente estável”, revelou o director do Programa Mundial da Malária na OMS.
Pedro Alonso precisou que: “a grande maioria dos casos ocorreram em África, vemos um grupo relativamente pequeno de países que tem um número muito alto como a Nigéria, tem 25 por cento de toda a malária do mundo, seguido pela República Democrática do Congo e Moçambique”.
No nosso país os casos aumentaram para cerca de 10,9 milhões de doentes no entanto as mortes reduziram de 1685 para 1114 pessoas.
“Não estamos a fazer progressos, por isso precisamos de acções urgentes nos próximos anos” declarou Kasete Admasu, CEO da parceria RBM para acabar com a Malária, indicando que a primeira acção é a vontade política.
“Precisamos de compromissos políticos, uma das campanhas foi lançada pelos líderes da União Africana, em Julho, é um movimento pan africano para galvanizar os políticos e em simultâneo imponderar individualmente para que tenham mais responsabilidade”, aclarou Kasete Admasu em conferência de imprensa na cidade de Maputo onde nenhum responsável político do Governo esteve presente.
Aliás o Presidente Filipe Nyusi deveria ter participado num painel de alto nível organizado pela OMS mas não esteve presente nem nenhum justificação foi avançada quiçá por vergonha do cada vez menor investimento que o seu Executivo aloca ao combate a malária.
Acção vigorosa eliminou a malária em Cabo Verde
O Relatório da Organização Mundial da Saúde constata que em 2017 a verba alocada reduziu para 76.074 dólares norte-americanos no Orçamento de Estado de Nyusi para o combate a doença contra, contra 1,2 milhão investidos em 2016. Comparativamente o Fundo Global financiou em 62,1 milhões, a USAID em 29 milhões de dólares norte-americanos. Montantes de longe inferiores aos gastos pelo Governo somente no serviço da Dívida Pública.
Para Kasete Admasu “a menos que consigamos uma grande melhoria nos dez países responsáveis por 70 por cento dos casos de malária registados não vamos atingir as metas globais”, dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável. Um desses países é Moçambique.
Entretanto há boas notícias “é que existem países como a Etiópia, Ruanda e a Índia que tiveram um grande progresso no último ano” no combate a malária declarou Pedro Alonso que destacou ainda como Cabo Verde quase eliminou a doença.
“No ano passado o país teve um surto epidémico muito grande, com o apoio da OMS respondeu de uma forma vigorosa de tal forma que conseguiu eliminar a malária. Há quase um ano que não há transmissão da malária em Cabo Verde o que é um grande exemplo que quando um país reage de forma vigorosa pode chegar potencialmente a erradicação da malária”, destacou o director do Programa Mundial da Malária na Organização Mundial da Saúde.
Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique
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