A Renamo disse, esta quarta-feira (06), na capital moçambicana, que o seu presidente, Ossufo Momade, só vai abandonar a Serra da Gorongosa, em Sofala, quando as negociações com o Governo, para a paz efectiva, estiverem concluídas e os seus guerrilheiros devidamente encaminhados.
Há tempo que publicamente não se tem informação sobre o estágio ou a evolução do dossiê relativo às negociações entre o Governo e o maior partido da oposição.
Todavia, Gania Mussagy, membro da Comissão Política da Renamo, disse que “o trabalho está andar” e a sua formação política está convencida de que o Memorando de Entendimento Sobre Assuntos Militares “será cumprido. Não gostamos de desconfiar daquilo que foi combinado (...)”.
Só depois de “traçarmos uma estratégia e sabermos que os nossos irmãos [guerrilheiros] não estão abandonados” é que Ossufo Momade poderá sair das matas. “Nós não podemos abandonar os nossos homens de qualquer maneira”.
Ossufo Momade vive na Serra da Gorongosa desde a morte de Afonso Dhlakama, em Maio de 2018.
Ele mudou-se para aquele ponto do país – supostamente para estar perto dos guerrilheiros – quando foi eleito coordenador interino da Renamo e vincou a sua permanência após o congresso realizado em Janeiro último.
Gania disse, num outro desenvolvimento, que a estadia de Ossufo em Gorongosa tem a ver com o receio de os guerrilheiros promoverem o que classificou como “desordem”, se eventualmente julgarem que estão abandonados.
A fonte falava a jornalistas à margem de uma reunião da “perdiz”, que visava falar aos membros eleitos para a Assembleia Autárquica de Maputo sobre a organização interna do partido. O encontro tinha igualmente a finalidade de traçar perspectivas para as eleições gerais.
Na autarquia de Maputo, há 64 mandatos, dos quais 37 da Frelimo, 24 da Renamo e três do Movimento Democrático de Moçambique (MDM).
Gania entende que, por vezes, quando um cidadão “é da oposição é visto como um maluco”. Ela defendeu que a união dos membros e a paz “são as armas” que podem levar o partido à Ponta Vermelha.
Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique
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