A sopa do mosteiro franciscano — Ferdinand Georg Waldmüller (1793-1865). Österreichischen Galerie, Belvedere, Viena |
♦ Marcos Luiz Garcia
Entramos em 2019, e se renovam as esperanças de dias melhores. O presidente Bolsonaro tomou posse reafirmando suas promessas de termos nosso Brasil de volta, deixando para trás a atmosfera de desordem e caos da era comuno-petista e socialo-psdbista. Prometeu proteger as nossas tradições e a família, bem como a propriedade privada e a livre iniciativa. Isso significa estimular as forças empreendedoras da Nação, que já se aprontam para corresponder ao estímulo.
Essas perspectivas vêm causando profundo desagrado nos arraiais da esquerda, sobretudo no setor do clero e do laicato alinhados com a “Teologia da Libertação”, todo ele amplamente comprometido com a ideologia petista. Para esse tipo de gente, um governo que estimule a propriedade privada e a livre iniciativa pode até gerar riquezas, mas à custa do que para eles é o supremo mal: a desigualdade. Preferem o achatamento de todos na miséria a permitir que os ricos se diferenciem dos pobres. Afirmam que se trata de “opção preferencial pelos pobres”, quando na verdade propugnam pela “opção preferencial pela luta de classes”.
Afinal, quem são os verdadeiros amigos dos pobres? Seriam os que desejam vê-los perpetuamente achatados na miséria, desde que não haja desigualdade? Ou são os que procuram criar condições para eles trabalharem e se enriquecerem? Por que não aproveitar em favor dos pobres a força dos que sabem fazer fortuna? Se estes dispõem das condições para trabalhar e enriquecer, criam também condições para enriquecer os que dependem de empregos. Dessa forma, dentro de uma benéfica e harmoniosa desigualdade, o pobre deixa de ser pobre e pode elevar-se a uma condição de vida melhor. Mas isso não é tolerado pelos adeptos da “Teologia da Libertação”.
Que mal há numa situação de harmônica desigualdade, com enriquecimento justo, honesto e digno? Foi para proteger esse direito que Deus estabeleceu dois Mandamentos: “Não roubar” e “Não cobiçar as coisas alheias”. Lamentavelmente, eles são sistematicamente omitidos nas homilias de padres progressistas.
“Pobres sempre os tereis entre vós”, disse Nosso Senhor Jesus Cristo. E São Tomás de Aquino nos ensina que é dever do homem praticar a caridade. Mas para que ela se torne possível, é necessário que uns tenham bens, e outros tenham carência de bens. Se Deus permite pobres no mundo, também suscita os ricos que os ajudam, fomentando assim a caridade cristã.
Em nenhum lugar o Evangelho relata conduta igualitária de Nosso Senhor. Não há um só caso em que Ele tenha tirado um pobre da pobreza, nem rebaixado um rico da sua condição de riqueza. Ele curou, deu esmolas, mas não modificou o status econômico ou social de ninguém. Nem pregou a luta de classes.
Tomemos, por exemplo, a parábola dos talentos. Um senhor (já aqui surge a relação desigual entre servo e senhor), dizendo que ia se ausentar, deu cinco talentos a um servo, dois a outro, um para o terceiro, com a recomendação de fazê-los render. Por que Nosso Senhor não exemplificou com alguém que distribuísse por igual, a mesma quantidade de talentos a cada um dos servos? Por que essa desigualdade? Certamente porque tinha avaliado em cada um a capacidade de aproveitar esses talentos, e os distribuiu de acordo com essa capacidade. E ao final censurou o servo mau, que enterrou a moeda recebida e não a fez render.
Jesus Cristo indicou nessa parábola que respeita a livre iniciativa e o direito de propriedade, sem os quais não há progresso. Quando os mais capazes se elevam, elevam também os menos capazes. Assim todos gozam dos frutos do trabalho bem ordenado e planejado. Sobram motivos para admirarmos quem é dotado por Deus com superior capacidade, e não para ódio de classes igualitário. Num regime igualitário, ninguém tolera que um possua mais do que outro. É um mundo inóspito em que predomina o pecado capital da inveja.
Por mais que os defensores da “Teologia da Libertação” encenem caras humildes, na ideologia comunista e socialista predomina a inveja e não a humildade. Por exemplo, não têm pena dos miseráveis de Cuba, da Venezuela e de outros países em situações semelhantes. Querem a pobreza como se isso fosse um bem.
O verdadeiro espírito do Evangelho cria a harmonia e o amor recíproco entre as classes. O da “Teologia da Libertação” fomenta o ódio entre ricos e pobres, prejudica uns sem resolver o problema dos outros. (Fonte: Revista Catolicismo, Nº 818, Fevereiro/2019).
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