Caracas acusou Portugal, Espanha e Alemanha de pôr em perigo os seus cidadãos ao reconhecerem Juan Guaidó como Presidente interino do país e apoiarem os planos dos Estados Unidos de "invadir militarmente" a Venezuela.
Diário do Distrito |
"Condenamos o comportamento do imperialismo norte-americano, mas também condenamos e rejeitamos energicamente a atitude de alguns países da Europa, que pensam que podem vir meter as suas unhas na Venezuela. A Venezuela é livre, soberana, é respeitada", disse o presidente da Assembleia Constituinte da Venezuela.
Diosdado Cabello, tido como o segundo homem mais forte do chavismo, falava no Estado venezuelano de Arágua (100 quilómetros a oeste de Caracas), durante um ato de recolha de assinaturas condenando as sanções e ameaças norte-americanas contra o Governo do Presidente Nicolás Maduro.
"Devo dizer-lhes, queridos irmãos e irmãs, que governos como os de Espanha, governos como o de Portugal, que apelam abertamente a uma intervenção militar na Venezuela, e que são capazes de reconhecer um indivíduo, segundo eles, como Presidente, que chamam ao seu reconhecimento e que pensam que podem fazer um ultimato à Venezuela, estão a pôr em perigo a vida dos nacionais, portugueses e espanhóis", disse.
O também dirigente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, o partido do Governo), frisou ainda que "os alemães estão a ser postos em perigo, porque assim como não há uma bomba que só mata chavistas, tão pouco há uma bomba que só mata venezuelanos. Não existe isso".
"Eles estão a expor a vida dos seus compatriotas aqui. São mais de 600 mil que vivem na Venezuela. Não lhes importa para nada [os seus compatriotas]".
Por outro lado, questionou: "o que aconteceria se esses nacionais espanhóis, portugueses e alemãs, decidirem deixar a Venezuela e regressar aos seus países? Que aconteceria? Quais seriam as consequências para a economia deles lá?".
"Abrir-se-ia um buraco com toda a certeza. Mas eles preferem chamar uma intervenção militar e pôr em perigo a vida dos seus compatriotas aqui na Venezuela", frisou, vincando que os venezuelanos querem paz.
Pouco antes, Diosdado Cabello advertiu os simpatizantes do Governo venezuelano que "hoje, o império mais poderoso do mundo chama os seus aliados europeus para que o acompanhem numa loucura de invadir militarmente a Venezuela".
"Hoje, o nosso povo, em perfeita união cívico militar, exige respeito, exige que a Venezuela (seja) livre e que respeitem o direito à autodeterminação dos povos e de exercer a nossa soberania", disse.
Segundo o presidente da Assembleia Constituinte (composta unicamente por simpatizantes do regime) "estes ataques transcendem" os partidos políticos "porque atingem não só os chavistas, mas todos os que vivem na nossa pátria. Sejam ou não chavistas".
Segundo o dirigente socialista, "quando os Estados Unidos decidem bombardear os povos, as bombas caem nas escolas, em hospitais, em urbanizações, em bairros. Quando os Estados Unidos decidem bombardear povos, não têm nenhum tipo de escrúpulos com isso. E os seus aliados da Europa aplaudem-nos, acompanham-nos nas suas mentiras, como as do Iraque, da Líbia, da Síria, como as mentiras da Venezuela", disse.
TSF / Lusa
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