quinta-feira, 14 de março de 2019

Vandalização das condutas de distribuição de água origina perdas acima de 35 milhões de litros

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A Águas da Região de Maputo (AdeM) registou, em 2018, perdas, na ordem de 35.481.800 litros, em consequência da vandalização das condutas de água da rede de distribuição deste precioso líquido, nas cidades de Maputo, Matola e a vila de Boane, na província de Maputo.
Esta acção contraproducente, representou um prejuízo de 1.126.901,97 meticais, sem contar com os custos da mão-de-obra e dos materiais utilizados na reposição da tubagem sabotada, para além de comprometer a capacidade de distribuição pela AdeM.
De acordo com Roberto Tchale, gestor técnico da Área Operacional de Laulane da AdeM, este fenómeno ocorre com maior incidência nas extremidades da rede e nos locais onde existe irregularidade no abastecimento da água, devido à falta deste recurso no rio Umbelúzi, que abastece as cidades de Maputo, Matola e a vila muncipal de Boane.
“Alguns populares, de entre os quais alguns clientes da empresa, têm cortado os tubos para encher os seus baldes ou tambores. Inclusive, existem casos em que são alguns proprietários de camiões-tanque que vandalizam a rede, à noite, para encher os depósitos, com a finalidade de revender a água”, explicou.
Resultado de imagem para Águas da Região de MaputoEsta situação, segundo referiu Roberto Tchale, para além que criar avultados prejuízos ao Estado, atenta, igualmente, contra a saúde pública: “Quando as condutas de águas são cortadas em pontos insalubres, onde existe uma concentração de lixo, os dejectos orgânicos entram na rede, nos momentos de interrupção da distribuição”, explicou o gestor técnico da AdeM acrescentando que, ao se retomar a distribuição, a água contaminada é conduzida para as torneiras dos consumidores, podendo ocasionar doenças infecciosas.
Para o gestor técnico da AdeM, a consciencialização é a chave para a solução deste problema, sobretudo neste contexto de escassez da chuva que se regista no sul do País: “As pessoas não têm consciência de que a água é cara e tão escassa, daí que é imperiosa a valorização da pouca quantidade disponível, de modo a permitir que possam beneficiar-se dela”, indicou.
Num outro desenvolvimento, Roberto Tchale enfatizou a ocorrência de muitos casos de furto de água e que as pessoas ainda não têm a noção dos prejuízos que a vandalização da rede acarreta.

TORNEIRAS DEBAIXO DAS CAMAS
“No ano passado, fizemos um trabalho de sensibilização nos bairros Polana Caniço A e B, na cidade de Maputo, e constatámos casos de famílias que possuem torneiras debaixo das camas, ou em outros lugares escondidos, só para não serem facturadas”, sublinhou.
Importa realçar que a AdeM está a promover uma campanha de sensibilização, que incorpora várias acções desde peças teatrais para o uso racional da água e promoção de boas práticas com vista à gestão eficiente do líquido precioso, divulgação de vídeos e spots de rádio, numa iniciativa denominada ”Poupar água é valorizar a vida”, produção e distribuição de folhetos informativos, com mensagens sobre o uso racional da água, consciencialização através dos órgãos de comunicação social e palestras educacionais.

Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique
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