quinta-feira, 14 de março de 2019

Moçambique em alerta vermelho pela iminência de Ciclone e défice de 2 biliões para assistência humanitária de mais de 600 mil pessoas


Foto do INGC

O Conselho de Ministros decidiu activar o alerta vermelho para a Região Centro de Moçambique, onde muita chuva tem caído e está na iminência de ser fustigada por um Ciclone Tropical. Para continuar a assistência humanitária às mais de 600 mil vítimas da época chuvosa normal e da insegurança alimentar devido a fraca precipitação o INGC precisa de 2 biliões de meticais, que o Governo não tem.

As chuvas que têm caído nas províncias de Sofala, Tete e Zambézia que causaram de cheias urbanas nas cidades da Beira, Quelimane e Tete, fizeram também transbordar as bacias do Licungo e Zambeze, causando inundações nos distritos de Maganja da Costa e Namacurra; condicionando a transitabilidade entre Mocuba-Maganja da Costa e Mocubela-Maganja da Costa; e levaram a água a galgar os diques de Munda-munda, Moneia e Nante.

O Instituto Nacional de Meteorologia prevê que até ao próximo dia 24 chuvas fracas a moderadas, localmente fortes deverão cair em várias regiões de Moçambique, com maior destaque para as províncias de Sofala, Zambézia e Manica, onde a precipitação poderá atingir os 200 a 300 milímetros devido a passagem do Ciclone Tropical IDAI.

Estas chuvas e ventos fortes, diga-se normais para a época que dura até final de Março, aliadas ao sismo e a Tempestade tropical Desmond registados no Centro de Moçambique assim como a seca que continuar a flagelar o Sul do país colocaram em situação humanitária urgente pelo menos 574 mil pessoas as quais o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) prevê que se somem 80 mil famílias que serão afectados pelo “olho” Ciclone IDAI a partir de quinta-feira (14).

“Nós fizemos um Plano de Contingência cujo valor global era 1,3 biliões de meticais, até ao momento o que foi disponibilizado foram duzentos e poucos milhões portanto continuamos com aquele défice” declarou ao @Verdade Augusta Maíta, a directora-geral do INGC, tendo revelado que para a assistência humanitária dos afectados pelas chuvas, ventos e inundações da última semana no Centro de Moçambique assim como as previsíveis vítimas do Ciclone IDAI a instituição precisa de mais 1,1 bilião de meticais.

Augusta Maíta explicou no entanto que esse défice “reduz-se não necessariamente por transferência bancária mas a medida que as quantidades de bens e alimentos vão sendo disponibilizados também pelos Parceiros”.

O balanço do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades indica que desde Outubro de 2018 até ao domingo (10) pelo menos 66 cidadãos perderam a vida em consequência directa da época chuvosa, 111 ficaram feridos, mais de 14 mil casas haviam ficado destruídas parcial ou completamente, 18 Unidades Sanitárias foram afectadas assim como 153 escolas e 95 igrejas.

Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique
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