Julian Assange foi preso na manhã desta quinta-feira (11) em Londres. A própria página do WikiLeaks e da polícia inglesa confirmaram a prisão. Ele é o criador do grupo que revelou uma série de documentos secretos, geralmente de assuntos sensíveis. Os principais papéis vazados por Assange nos últimos tempos englobam dados sensíveis sobre a invasão ao Afeganistão, eleições nos Estados Unidos e outros problemas diplomáticos, principalmente do país norte-americano.
Assange estava protegido na embaixada do Equador em Londres como forma de sobreviver a pressões externas que pediam a sua prisão. O criador do Wikileaks viveu no local por sete anos sob a tutela do Equador, até que o país negou asilo a ele nesta quinta.
Em post no Twitter, o presidente do Equador, Lenín Moreno, informou sobre a retirada de asilo. “O Equador decidiu deliberadamente retirar asilo diplomático a Julian Assange por violar reiteradamente convenções internacionais e protocolos de convivência”, pontuou o presidente. Segundo Moreno, o país respeitou todas as normas para proteger Assange, sendo que o fundador do WikiLekas continuou a “influenciar em relações” entre países. Outro motivo da retirada de asilo seria que Assange estaria ainda ligado à plataforma de vazamento de documentos.
Com esta decisão, a polícia britânica pode entrar na embaixada e prender o ciberativista. Ele é acusado pelos Estados Unidos de crimes por conta de publicação de documentos sigilosos. Contudo, segundo a polícia investigativa inglesa, o motivo real da prisão de Assange foi um mandado expedido em 2012, quando ele se negou a render-se ao Tribunal de Magistrados de Westminster.
Assange também é acusado de envolvimento nas eleições da Rússia de 2016, quando ele teria enviado documentos sigilosos da campanha de Hillary Clinton para oficiais ingleses.
Asilo
Assange estava na embaixada equatoriana desde 2012, quando buscou ajuda por conta deste mandado inglês. Desde então, ele se manteve lá, o que gerou certas rusgas entre os governos de Equador, Estados Unidos e Reino Unido. Uma das promessas de campanha de Moreno, em 2017, havia sido a de tentar resolver a questão. Ele chegou a buscar soluções que não resultassem na prisão de Assange e até propôs transformá-lo em cidadão equatoriano. Assim, Assange conseguiria morar na Rússia, fora da embaixada.
Em contrapartida, o governo exigiu que Assange parasse de se comunicar via internet, como forma de garantir a liberdade do ciberativista. O ápice da crise da relação com o país latino-americano se deu em março do ano passado, quando a embaixada cortou o acesso à internet de Assange. Ele respondeu com um processo contra o país, dizendo que teve “seus direitos fundamentais violados”.
Nesta semana, o WikiLeaks acusou o governo equatoriano de espionar Assange. Devido a essa série de problemas, Moreno consultou membros da diplomacia equatoriana e o próprio embaixador do país em Londres e chegou à decisão de negar o asilo a Assange.
Ativismo
Assange é uma figura ambígua mundialmente. Por um lado, ele é conhecido como um jornalista que defende a liberdade de informação, expondo ao mundo documentos considerados sigilosos. Os mais conhecidos são os papéis que mostram violações deliberadas de direitos humanos pelos Estados Unidos na guerra contra o Afeganistão e Iraque.
Por outro lado, como aponta Moreno, Assange também é visto como uma ameaça à soberania e negociação entre países, os quais dependem de sigilo de certos documentos para diplomacias.
Assange ficará em custódia na central da polícia em Londres esperando para ser apresentado ao tribunal que emitiu mandado contra ele em 2012.
Fonte: WikiLeaks (Twitter), MET
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