quinta-feira, 14 de novembro de 2019

ESTARREJA | Um fim de semana dedicado aos 500 anos do foral manuelino de Estarreja

A 15 de novembro de 1519, era atribuído a Estarreja o foral de Antuã por D. Manuel I.

Passados 500 anos, a Câmara Municipal de Estarreja celebra esta efeméride com um programa diversificado e alargado a diferentes espaços culturais, que inclui um conjunto de iniciativas que pretendem evocar um importante marco da História de Portugal e do nosso território.

Isabel Simões Pinto, vereadora da Cultura, salienta que o programa comemorativo desta data histórica foi preparado a pensar na comunidade, envolvendo-a em diversos momentos de todo o processo e fomentando o sentimento de pertença e o orgulho em ser estarrejense. “Não tenho dúvida de que estas celebrações contribuem para um melhor conhecimento da nossa história local, com particular enfase para o impacto e importância que o Foral de Antuã teve na nossa comunidade, e, consequentemente, para a afirmação da nossa identidade cultural”, frisou.

Conhecer e recriar: vamos viajar até ao dia 15 de novembro de 1519

As comemorações dos 500 anos da atribuição do foral à Vila de Antuã começam esta sexta-feira, dia 15, com os alunos do 1.º ciclo do Ensino Básico. “À Descoberta do Foral de Antuã”, que decorre no Arquivo Municipal, pretende envolver as crianças neste acontecimento tão importante para o concelho e ainda permitir que os pequenos estudantes descubram alguns dos documentos que fizeram a história de Estarreja.

Ao final da tarde, às 18h, está agendada a palestra “500 Anos do Foral de Antuã”, no Paços do Concelho que conta com a intervenção dos historiadores Maria Helena da Cruz Coelho, historiadora medievalista portuguesa e Catedrática de História Medieval na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, e Saúl António Gomes, professor associado com agregação do Departamento de História da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e tem privilegiado, na sua investigação, o estudo do universo religioso medieval e moderno português.

De seguida, às 19h, é inaugurada a exposição “Estarreja: Simbiose de Terra, Povo e Água” que invoca a identidade, o território, a realidade e acima de tudo a terra, o povo e a água que no devir do tempo se perspetivou num presente perene de história e diferenciador para as gerações vindouras. A história dos forais, é a história do território e das suas gentes imaterializada no tempo.

A 13.ª edição da Revista Terras de Antuã – Histórias e Memórias do Concelho de Estarreja é apresentada no sábado, dia 16, às 16h, na Câmara Municipal de Estarreja, com a presença de vários autores da edição deste ano. Com esta publicação anual, que nesta edição conta com 24 autores e 15 artigos, a autarquia corporiza os princípios preconizados desde a 1.ª edição: veículo de divulgação e de discussão da memória coletiva; local onde aqueles que se dedicam ao estudo da história possam editar os seus estudos; incentivo para que mais e melhores trabalhos de investigação possam surgir; meio de angariação de uma base iconográfica, impedindo assim o desaparecimento definitivo de um sem número de documentos gráficos e fotográficos. Nesta edição, ao longo das 344 páginas, 15 artigos refletem o trabalho de 24 autores, sobre a história e personalidades locais.

No sábado à noite, às 20h30, duas centenas de mui nobres estarrejenses participam no Banquete Real, no Multiusos de Estarreja. Não faltará animação, encenações, danças, teatro e uma ementa especialmente concebida para a corte estarrejense neste banquete alusivo ao tempo da monarquia e dos descobrimentos, em que reinava D. Manuel I.

Homenagem aos Ex-combatentes da Guerra do Ultramar

O Município de Estarreja vai homenagear os Ex-Combatentes da Guerra do Ultramar com um Monumento no Largo da Estação, de onde dezenas e dezenas de jovens desembarcaram entre 1961 e 1974. A imagem de um soldado estarrejense vai ficar perpetuada nesta peça em memória dos antigos combatentes e neste local, com todo o seu poder simbólico. Associe-se a este momento este domingo, dia 17, às 15h, no Largo da Estação da CP, no centro da cidade de Estarreja.

Música e dança no CTE para celebrar a história do território

No dia 15 de novembro, o Bando de Surunyo, com o Ensemble Portingaloise, traz ao palco do Cine-Teatro de Estarreja um concerto evocativo da data. Ensalada é a designação de um importante género poético-musical cultivado na península durante os séculos XVI e XVII. Caracterizada como uma “colagem” de diferentes géneros, estilos, ambientes e registos poéticos-musicais, “ŨA Enselada Ibérica” apresenta-se assim com propriedade como título para este concerto que tem por missão dar a conhecer a extraordinária paleta de música e poesia que então se cantava em Portugal e Espanha. A entrada é gratuita e tem início às 21h30.

O espetáculo de dança “Voar!”, de Leonor Barata, tem como ponto de partida o património natural concelhio, enaltecendo o BioRia. Ao longo da peça o público é chamado a intervir para conhecer a vida animal desta zona natural única.  Para assistir domingo, dia 17, às 17h.

Restaurantes locais com sabores quinhentistas

Durante esse fim de semana comemorativo, alguns restaurantes do concelho como o “Amor Não Me Deixes”, a “Adega do Emídio”, o “Cozinha da Terra”, o “Dom Vendaval”, o “Marcolino”, “O Mercado”, “O Pires” e o “Xixas”, irão servir um menu evocativo à época, de forma a proporcionar aos amantes da cozinha recordações saborosas.  Estes restaurantes aderiram ao desafio lançado pela Município e receberam formação com o chef Ivo Loureiro, num workshop de gastronomia que se realizou no dia 28 de outubro.

Cidadania e Arte Pública

A programação termina no dia 23, com as IV Jornadas do Património intituladas “A Construção da Cidade e da Cidadania: da Arqueologia à Arte Pública”, que se realizam no dia 23 de novembro, das 09h30 às 16h30, na Biblioteca Municipal de Estarreja. Pretende-se ao longo do dia debater e refletir sobres questões como: de que forma a intervenção artística e cultural, em diálogo com as populações, contribui para a transformação e desenvolvimento dos territórios e para qualidade de vida no espaço urbano, promovendo lógicas participativas para uma verdadeira cidadania cultural e de inclusão social?



Daniela Couto

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