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O presidente do PSD, Rui Rio, desafiou hoje o primeiro-ministro a esclarecer se todos os alunos em Portugal até aos 14 anos vão passar de ano "mesmo sem saber", dizendo "discordar estruturalmente dessa visão".
No debate quinzenal com António Costa na Assembleia da República, Rio quis esclarecer o que significa o “plano de não retenção no ensino básico” previsto no programa do Governo, dizendo esperar que não se trate de algo semelhante às passagens administrativas do pós-25 de Abril.
“O aluno chegou ao fim do ano e não sabe, passa ou não passa? Fazer tudo para que ele saiba está correto, mas se no fim não sabe obviamente não pode passar porque isso é em prejuízo do próprio aluno”, afirmou.
Na resposta, António Costa sugeriu ao líder da oposição que leia as várias recomendações de organizações nacionais e internacionais, nomeadamente a do Conselho Nacional de Educação quando este era presidido pelo atual vice-presidente do PSD David Justino.
“A sua pergunta é uma boa revelação de que a coisa mais perigosa na vida política é quando pensamos politicamente com base no senso comum e não com base na melhor informação”, criticou Costa.
O primeiro-ministro admitiu que se trata de “uma mudança estrutural” no sistema de ensino e desafiou Rio para um debate temático “exclusivamente sobre esta matéria”.
“Depois de estar devidamente informado voltamos a conversar sobre a matéria”, disse.
O primeiro-ministro defendeu que as recomendações de organizações nacionais e internacionais indicam que “a retenção não favorece a aprendizagem, favorece a multiplicação da retenção”.
“Aquilo que se prevê é que em cada ciclo haja oportunidade de continuação do estudo, de ter as medidas de acompanhamento pedagógico e de promoção do sucesso educativo e chegar ao fim do ciclo para que ninguém fique precocemente privado da oportunidade de completar o ciclo com a devida aprovação”, afirmou.
O líder do PSD reiterou que a sua visão é “exatamente ao contrário”.
“Se o aluno não sabe e apesar de não saber continua sempre a passar, aí é que eu desisto do aluno, aí é que o deixo ficar entregue à sua sorte”, disse, considerando que esta medida “desrespeita o futuro das crianças”.
“Temos aqui uma visão contrária e olhe que esta é mesmo estruturalmente diferente”, reforçou Rio, na parte mais tensa do primeiro debate quinzenal entre os dois.
Lusa / Madre Media
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