A linha da frente do combate ao covid-19 no nosso país é feita por alguns milhares de médicos e profissionais de saúde que antes da pandemia tornar-se explosiva reiteraram publicamente o seu compromisso, “esta é a nossa luta, este é agora o nosso propósito”, declarou o presidente da Associação dos Médicos de Moçambique que pediu ao Governo a revisão do subsídio de risco que actualmente ronda os 5 mil Meticais menos IRPS.
Celebrou-se no passado sábado (28) o Dia do Médico numa altura em que a classe parece ser a única com clarividência necessária para salvar o planeta do novo coronavírus.
Em Moçambique, onde existem apenas 2.473 médicos dos quais mais de 400 são estrangeiros, a Associação dos Médicos comemorou o seu 28º aniversário, “não em espírito de festa mas em sacrifício previsto por cada um de nós aquando da nossa graduação, quando orgulhosamente prometemos consagrar as nossas vidas ao serviço da humanidade, quando prometemos que a saúde dos nossos doentes seria a nossa maior preocupação e quando prometemos solenemente guardar respeito absoluto pela vida humana, desde o seu início e mesmo sob ameaça”.
“Hoje o mundo tal como o conhecemos está sob ameaça, ameaçado por uma pandemia que em tão pouco tempo já se espalhou por todo o mundo. O coronavírus representa para os diferentes países do mundo uma guerra. Guerra esta que não se luta com armas convencionais mas sim com conhecimento, conhecimento este que só nós os profissionais de saúde temos”, declarou a jornalistas em Maputo o presidente da Associação dos Médicos de Moçambique, Milton Ussene Tatia.
O Dr. Tatia afirmou: “Nós profissionais de saúde somos a única arma capaz de livrar o mundo desta catástrofe. Tudo, desde o aconselhamento das lideranças mundiais quanto a melhor estratégia a ser empregue ao contacto directo e tratamento dos pacientes infectados no dia a dia depende de nós. Só nós podemos ajudar o nosso país a ter o menor número possível de casos e, quiçá, nenhuma morte. Esta é a nossa luta, este é agora o nosso propósito”.
“De todo o mundo chegam nos exemplos de atitudes heroicas de médicos que deram tudo, inclusive a própria vida na luta contra esta pandemia. Sabemos que o sacrifício que nos espera é grande, que o que esta situação exige de nós é mais do que temos para dar. Ao nosso Governo pedimos que apoie esta classe nesta encruzilhada que se aproxima, que adopte meios de trabalho que nos permitam salvar a população e proteger-nos a nós como seres humanos, pais, filhos” declarou ainda o presidente da Associação dos Médicos de Moçambique que pediu ainda a revisão do subsídio de risco.
O @Verdade apurou no Sistema Nacional de Saúde o subsídio de risco é de 15 por cento do salário base dos médicos que, para a maioria dos médicos em actividade ronda os 5 mil Meticais por mês sujeitos a desconto de 20 por cento do Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares (IRPS).
Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique
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