A Directora Nacional de Saúde Pública anunciou nesta quinta-feira (16) o aumento para 31 infectados pelo covid-19 em Moçambique, “os dois casos trabalhavam em Afungi, e neste momento encontram-se em Maputo”, revelou a Dra. Rosa Marlene. O @Verdade apurou que existem mais de duas centenas contactos dos 20 trabalhadores da petrolífera Total infectados e que estão a ser testados 27 casos suspeitos do novo coronavírus na Província de Cabo Delgado.
Graças a quarentena escolar, iniciada a 23 de Março, e ao Estado de Emergência, iniciado a 1 de Abril, o nosso país parece estar a conseguir minimizar a propagação do novo coronavírus que no actual cenário de “aglomerado de casos” estava previsto, no Plano Nacional de Preparação e Resposta da pandemia em Moçambique, a existência de mais de 2 mil contactos dos infectados, pelo menos 20 doentes hospitalizados e três óbitos.
Porém com 31 infectados, dois deles curados, Moçambique identificou pouco mais de duas centenas de contactos desses indivíduos que padecem da covid-19 não tem nenhum doente hospitalizado e não há óbitos. Desses doentes 23 contraíram o novo coronavírus em Moçambique e oito são casos importados.
A Província de Cabo Delgado continua a ser o epicentro da pandemia, particularmente os acampamentos da petrolífera francesa que lidera o projecto Mozambique LNG, de exploração de gás natural na Área 1 da Bacia do Rovuma de onde surgiram 20 infectados diagnosticados até a data.
“Um dos casos positivos é um indivíduo do sexo masculino, de nacionalidade sul-africana, com mais de 30 anos de idade. O outro caso é um individuo de nacionalidade italiana com mais de 50 anos de idade. Os dois casos trabalhavam em Afungi, e neste momento encontram-se em Maputo. Os dois casos não apresentam sintomatologia contudo, e como sempre, estão mantidos em isolamento”, disse em conferência de imprensa a Dra. Rosa Marlene.
Por seu turno o director-geral adjunto do Instituto Nacional de Saúde (INS) pormenorizou que “um deles regressou vindo de Afungi a Maputo no dia 2 de Abril, e o segundo regressou a Maputo vindo de Afungi no dia 4 de Abril. O primeiro indivíduo completa hoje 14 dias e o segundo indivíduo completa 12 dias que estão na Cidade de Maputo, em apartamentos privados de um condomínio”.
2º rede de infectados tem 73 contactos, 3ª rede de infectados tem 72 contactos
O Dr. Eduardo Samo Gudo Júnior esclareceu ainda que os dois novos infectados viajaram da Cidade de Pemba para a Cidade de Maputo “em voos comerciais. A investigação de contactos tem um protocolo padrão que inclui a componente de traceamento dos indivíduos que estavam no mesmo avião que estes que depois foram positivos”.
“Esse trabalho está a ser realizado mas se olharmos para as datas em que eles viajaram estamos a trabalhar com uma hipótese que foram infecções locais em Maputo e provavelmente não em Cabo Delgado, precisamos de comprovar esse aspecto. Mas independentemente das hipóteses há um trabalho que está a ser feito com as companhias aéreas com vista a mapear os indivíduos que estiveram na cadeira de frente, na cadeira de trás e nas laterais que serão os contactos nos voos comerciais de Pemba para Maputo”, explicou.
O responsável da instituição pública que diagnostica a covid-19 e investiga as suas ramificações disse ainda que estes dois novos indivíduos positivos não fazem parte do grupo de amostras provenientes de Cabo Delgado, eles fazem parte da 3ª rede de contactos que está a ser seguida em Maputo”.
“Nessa 3ª rede de contactos (dos seis trabalhadores da Total diagnosticados no dia 14 de Abril) temos um total de 72 contactos, 40 em Maputo e 32 em Cabo Delgado”, precisou o Dr. Samo Gudo que clarificou que os 62 casos suspeitos testados hoje pelo INS fazem parte “da 2º rede (dos três trabalhadores da Total diagnosticados no dia 10 de Abril) que tem 73 contactos. Não fazem parte do grupo de novas amostras que estamos a colher em Cabo Delgado”.
Da Província de Cabo Delgado deveriam ter sido testadas na manhã desta quinta-feira (16) pelo menos 27 amostras provenientes de casos suspeitos que estão na Cidade de Pemba e na Península de Afungi mas, “por deficiências logísticas houve um pequeno atraso do envio das amostras e chegaram tardiamente ao nosso laboratório”, o @Verdade apurou que os resultados só deverão ser tornados públicos nesta sexta-feira (17).
Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique
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