Entre as árvores do Jardim da Sereia existe um edifício branco que antes albergava a casa do guarda do jardim. Desde 2011 esse edifício é explorado pela Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) de Coimbra, que o tornou na Casa de Chá.
A Casa de Chá é um projeto de inclusão social e profissional que permite a cidadãos com deficiência intelectual integrarem-se no mercado de trabalho. O espaço, que estava aberto todos os dias e que já era visita habitual para muitos da cidade de Coimbra para o seu café, almoço ou lanche, encontrava-se fechado desde dia 13 de Março. Reabre, agora, na próxima segunda-feira, 18 de Maio, com todas as medidas de segurança.
Numa fase inicial, o horário de funcionamento é de 2ª a 6ª das 16h às 19h e Sábado e Domingo das 14h às 19h. “O facto de a Casa de Chá se localizar no meio do Jardim, rodeada de árvores e com muito espaço exterior, permite-nos aplicar de forma ainda mais eficaz todas as recomendações de segurança anunciadas pela Direção Geral de Saúde. Da mesma forma, ao dispersarmos a esplanada pelo meio das árvores que envolvem a Casa de Chá, vamos permitir aos clientes desfrutar do jardim talvez ainda mais do que antes, mantendo o distanciamento físico que é recomendado”, explica a coordenadora do projeto, Aline Seabra Santos.
Para além do serviço de esplanada, para consumo no local, há ainda a possibilidade de serviço de take-away para quem estiver de passeio pelo jardim, sendo que os clientes nunca têm de se deslocar ao interior do espaço. “Mesmo neste período de confinamento, o Jardim da Sereia tem sido muitas vezes escolhido para quem vem dar um passeio com crianças, com animais ou praticar desporto ao ar-livre. Acreditamos que na Casa de Chá temos as condições para oferecer o relaxamento, tranquilidade e contacto com a natureza que as pessoas procuram quando nos visitam, assegurando todos os cuidados”, sublinha Aline Seabra Santos.
Para além destas medidas, a Casa de Chá vai ainda deixar de ter menus em papel, optando por um menu gigante à entrada, para que os clientes não tenham de manusear ementas individuais. Terá, ainda, disponíveis extensões no jardim, para que os clientes possam trabalhar nos seus computadores na esplanada, cumprindo o distanciamento físico. Quanto a loiça, e apesar de ser uma solução que não é apoiada pelo projeto por princípios ecológicos, nesta fase a Casa de Chá vai optar por soluções descartáveis. “Queremos oferecer plena segurança a todos os nossos clientes e funcionários”, reafirma a coordenadora, “e é também por isso que temos uma pessoa dedicada exclusivamente à preparação de comidas e bebidas e outra só para o atendimento aos clientes, ambas devidamente protegidas”.
Durante os próximos dias, a Casa de Chá vai anunciar as suas medidas de segurança numa campanha nas redes sociais. “Todos os dias vamos explicar a nova forma de funcionamento através da página do Facebook e do Instagram, aproveitando, também, para dar a conhecer o espaço e as comidas e bebidas a quem ainda não nos visitou”, refere a coordenadora.
E quanto aos três colaboradores da APPACDM de Coimbra que, todos os dias, realizavam o serviço de mesa e esplanada? De acordo com Aline Seabra Santos, “nesta primeira fase, a Mónica, o Ricardo e a Rita ficarão ainda por casa. Temos o dever de os proteger por fazerem parte de um grupo de risco. Assim que for seguro, voltarão em força, pois sentem muitas saudades da Casa de Chá. E os clientes sentem com certeza a falta deles”.
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