A Polícia espanhola deteve um homem e uma mulher portugueses por suspeitas de terem explorado pessoas em risco de exclusão social, obrigando-as a viver e trabalhar em condições precárias e insalubres.
Trata-se de um casal, homem de 41 anos e mulher de 42, detidos nos arredores da cidade de Logrono como autores, em diferentes graus, de um "crime contra os direitos dos trabalhadores" e outro "crime de maus-tratos", disse à agência Lusa o porta-voz da Guarda Civil de Logrono, capital da comunidade autónoma de La Rioja.
Aliciando as vítimas em Madrid, através de mentiras e da falsa promessa de um emprego decente, com um bom salário, seguro de saúde, alojamento e refeições, os suspeitos acabavam por encaminhá-las para La Rioja., onde as exploravam como trabalhadores sazonais em diferentes campanhas agrícolas. Depois, impunham-lhes "descontos exorbitantes" nos salários para pagarem o alojamento e a alimentação e, por vezes, nem pagavam qualquer salário. Os alvos eram cidadãos de diferentes nacionalidades e em risco de exclusão social.
A investigação descobriu, por exemplo, a situação "extremamente precária" de pessoas naturais do Brasil e da Roménia, que viviam no subsolo das casas dos seus empregadores "em condições precárias e insalubres, sofrendo ameaças e por vezes agressões físicas", informou um comunicado da Guarda Civil. A situação destes trabalhadores agravou-se desde o início do estado de emergência (15 de Março), "por não poderem trabalhar ou receber qualquer salário, por terem de se alimentar com os restos de alimentos deixados pelos seus empregadores, ou com a ajuda de vizinhos e serviços sociais".
Lusa / JN
Imagem: Guardia Civil
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