segunda-feira, 15 de junho de 2020

Geomonumento é uma estrela mundial da Geologia: arrancam obras de conservação do Penedo Furado


O Penedo Furado é uma “estrela” mundial da Geologia. Formado no período jurássico, encerra informações geológicas com milhões de anos e, segundo diversos especialistas, não há outro igual no mundo. Este caso raro deve-se ao facto de que todas as formações semelhantes se encontrarem na costa, enquanto o Penedo Furado se situa no interior do continente. A explicação é que a área onde está implantado foi, em tempos, banhada pelo mar mas devido ao recuo dos oceanos acabou rodeado por terra.

A Câmara das Caldas da Rainha vai fazer mais uma intervenção de consolidação do Penedo Furado, na Foz do Arelho. Há muito que a Autarquia está atenta aos problemas de estabilidade do raro e de relevância mundial geomonumento (monumento geológico) com milhões de anos.

SCREVER

Ao longo dos anos têm sido feitos estudos com o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) do qual têm resultado várias intervenções de salvaguarda deste que é um dos ex-libris da Foz do Arelho e um dos locais mais visitados.

É um importante elemento do nosso património natural mas isso não trava a implacável erosão causada pelos elementos naturais, como a chuva, o vento e a acção de organismos biológicos, como a vegetação arbustiva e plantas.

Cumulativamente, o desenvolvimento dos organismos e a presença de arvoredo na proximidade origina a deposição de detritos nas cavidades existentes.

De facto, as quedas e os desprendimentos de sedimentos resultam da abertura de fraturas e da diminuição da resistência da estrutura rochosa. Estas circunstâncias permitem a entrada e circulação da água, promovendo alterações que levam à desintegração da pedra.

A progressão e a intensificação destes processos determina também que a zona do arco e a face sudeste do hasteal rochoso, se encontram numa situação muito vulnerável, elegendo-se estes locais como alvos prioritários para a implementação de medidas das do tipo já realizadas em intervenções prévias.

Com esta operação, e tal como já fez no passado, o Município quer minimizar o risco de derrocada e assegurar a sua preservação de forma mais duradoura.

Nesta primeira fase os trabalhos custarão cerca de 50 mil euros e, naturalmente, serão realizados por uma empresa especializada nesta área. Serão implementadas diversas e cirúrgicas acções e haverá aspectos que passarão mesmo por alguns testes para averiguar quais os procedimentos mais adequados tendo em conta que é fundamental preservar, no essencial, a identidade geológica e estética da formação.

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