Um
projeto de investigação que junta a Universidade de Coimbra (UC) e
o Centro Tecnológico da Indústria de Moldes, Ferramentas Especiais
e Plásticos (CENTIMFE), localizado na Marinha Grande, pretende
demonstrar que a Computação de Alto Desempenho (High Performance
Computing, HPC na sigla em inglês) pode trazer grandes benefícios
para as pequenas e médias empresas (PME).
O
“TOOLING4G |Minimize the airflow generated noise on automotive HVAC
systems”, o primeiro projeto português com a chancela da
iniciativa SHAPE
da rede europeia PRACE
(Partnership for Advanced Computing in Europe), vai funcionar como
prova de conceito e foca-se no setor automóvel. Em concreto, o
consórcio formado pelo CENTIMFE e pela UC pretende suportar uma
empresa nacional no desenvolvimento de ventiladores
inovadores que reduzam substancialmente o ruído dos sistemas de ar
condicionado automóvel,
que
poderão ser integrados na próxima geração de automóveis
elétricos.
As
simulações vão ser realizadas no Laboratório de Computação
Avançada da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCTUC), usando os
sistemas de computação avançada – os vulgarmente denominados
supercomputadores - Navigator
e Navigator
Plus. Ao
todo, vão ser utilizados pelo menos 64 núcleos de processadores
que, em conjunto, vão executar sofisticados e complexos cálculos a
um ritmo “ultrassónico”, o equivalente a 250 mil horas de
computação tradicional num só processador.
Na
era da Indústria 4.0 e da Digitalização, este projeto, com a
duração de seis meses, poderá abrir caminhos para as PME. Segundo
Rui Tocha, diretor-geral do CENTIMFE, centro tecnológico português
que integra e suporta o desenvolvimento do Cluster
Engineering
& Tooling
(Indústrias
Moldes e Plásticos),
«este
projeto está em linha com a evolução da oferta de vanguarda e de
diferenciação tecnológica, em especial nos domínios do design
for manufacturing,
que caracteriza a competitividade internacional das empresas do nosso
Cluster,
ao longo dos últimos 30 anos, no desenvolvimento de produtos globais
da generalidade dos setores industriais».
Por
sua vez, Pedro Vieira Alberto, coordenador do projeto na UC, afirma
que esta investigação pretende «lançar
sementes para um futuro próximo. A computação de alto desempenho
pode fornecer uma grande vantagem competitiva às pequenas e médias
empresas, permitindo-lhes obter produtos mais inovadores e
sofisticados e de forma muito mais rápida».
Com
o recurso aos supercomputadores, «é
possível otimizar processos e aumentar a produtividade, assim como
reduzir custos e aumentar a qualidade e a velocidade da produção»,
sublinha o também responsável pelo Laboratório de Computação
Avançada da UC.
«Este
projeto é uma prova de conceito, ou seja, o consórcio vai tentar
demonstrar que este tipo de recursos [HPC] é realmente útil para as
pequenas e médias empresas»,
refere ainda Pedro Vieira Alberto.
A
iniciativa SHAPE tem por missão fornecer às PME europeias a
experiência necessária para beneficiar das possibilidades de
inovação criadas pela Computação de Alto Desempenho, aumentando
assim sua competitividade.
Cristina
Pinto
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