As ruas da vila medieval de Monsaraz vão receber a partir de 1 de dezembro a exposição de fotografia “Mantas Alentejanas: Arte e Tradição”, de Mizette Nielsen e Paula Oudman. A mostra apresenta 22 fotografias de Paula Oudman sobre as tradicionais Mantas de Reguengos e a Fábrica Alentejana de Lanifícios.
Desde o século XVI, as passagens de grandes rebanhos da transumância ligada à Mesta espanhola, juntamente com a fixação no local de couteiros da Casa de Bragança, criaram condições excecionais para o desenvolvimento da tecelagem em Reguengos de Monsaraz. As mantas foram utilizadas durante muitos anos pelos pastores para se protegerem do frio quando guardavam os rebanhos no campo, por isso, as cores e os padrões originais estão relacionados com motivos do Alentejo, como os campos floridos e os seus tons laranja, amarelo, vermelho e castanho, e com modelos que remetem por exemplo para as casas alentejanas, os castelos ou as searas.
A Fábrica Alentejana de Lanifícios surgiu na década de 1930, tendo continuado o prestígio e a qualidade dos tecidos reguenguenses e criado a imagem de marca Mantas de Reguengos, que recebeu um grande impulso para a sua internacionalização quando em 1958 lhe foi atribuída a Medalha de Ouro na Exposição Universal de Bruxelas. A Fábrica Alentejana de Lanifícios ainda utiliza teares manuais com mais de um século e as tecedeiras unem a fidelidade aos padrões existentes (mais de 600 desenhos) às tendências da moda e aos gostos do cliente, sendo cada vez mais comum produzirem-se mantas com tons fortes.
A Fábrica Alentejana de Lanifícios foi adquirida por Mizette Nielsen em 1978 e continuou a tradição, inovando e introduzindo novas técnicas, cores e criatividade. Em janeiro de 2020 a fábrica mudou de mãos e é agora a Fabricaal quem continua a produzir as Mantas de Reguengos.
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