Um consórcio europeu de universidades e empresas, liderado pela Universidade de Coimbra (UC), desenvolveu uma solução inovadora que permite popularizar os sistemas de construção modular híbrida, um tipo de construção versátil que oferece o melhor de dois mundos – é uma construção rápida e económica, segura e amiga do ambiente.
Além da Universidade de Coimbra, participam no projeto “INNO3DJOINTS - Innovative 3D Joints for Robust and Economic Hybrid Tubular Construction”, que está em fase de conclusão, a Universidade Técnica de Delft (Holanda) e a Universidade de Nápoles "Federico II” (Itália) e quatro empresas – as portuguesas Ferpinta e Fametal, a francesa CTICM e a espanhola Condesa.
Especificamente, os cientistas, liderados pelo catedrático Luís Simões da Silva, do Departamento de Engenharia Civil da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), desenvolveram uma tipologia de ligação híbrida completamente nova, assente em vigas de treliça de aço leve ligadas a colunas tubulares por meio das designadas juntas plug-and-play, que funciona por encaixe, facilitando a montagem e desmontagem da estrutura de edifícios modulares.
O INNO3DJOINTS tem como grande objetivo «desenvolver juntas plug-and-play inovadoras, em que colunas tubulares são combinadas com perfis de aço leve enformados a frio para fornecer um sistema estrutural altamente eficiente. Só foi possível desenvolver uma solução completamente nova através da realização de extensos estudos experimentais e numéricos, incluindo a implementação de um procedimento geral para lidar com o comportamento 3D dessas juntas de aço particulares, essenciais para atingir robustez e eficiência», refere Luís Simões da Silva.
O vasto conjunto de ensaios experimentais foi realizado em várias fases. Primeiro foram testados os vários componentes da ligação, a ligação em si e os pórticos em que a ligação se insere. Posteriormente, os ensaios foram efetuados num edifício à escala real, com dois pisos. Esta campanha experimental foi complementada com estudos de avaliação económica e de impacto ambiental. «Demonstrou-se que é uma solução eficiente e que traz ganhos para o setor, permitindo democratizar a construção modular híbrida», assinala o coordenador do projeto.
Embora a ligação desenvolvida no âmbito do projeto tenha sido direcionada para um sistema de construção modular eficiente com 4-6 andares, «pode perfeitamente ser aplicada em qualquer tipo de edifício e mesmo na reabilitação de edifícios existentes», sublinha ainda Luís Simões da Silva.
«Estruturas
híbridas são sistemas eficientes, práticos e económicos que podem
ser adotados com sucesso para edifícios modulares. A solução
criada no âmbito do projeto permite, sem dúvida, uma construção
rápida de qualidade e económica»,
conclui.
O projeto INNO3DJOINTS tem um orçamento de 1, 5 milhões de euros, financiado em 60% pelo programa Research Fund for Coal and Steel da Comissão Europeia. As empresas parceiras do consórcio vão ser as beneficiárias desta solução, ou seja, vão ser as responsáveis pela comercialização do produto.
Cristina Pinto
Nenhum comentário:
Postar um comentário