Os pedidos de ajuda à Cáritas Arquidiocesana de Braga “mais do que duplicaram” com a pandemia, em boa parte por causa dos novos desempregados, muitos dos quais se viram “completamente desprotegidos, de um momento para o outro”.
O presidente da Cáritas de Braga, José Carlos Dias, disse hoje à Lusa que a demanda de alimentos “é cada vez maior”, mas quem ali bate à porta vai também à procura de apoio para pagar as contas da água, da luz e do gás ou comprar medicamentos.
“Só em 2020, foram mais de 30 toneladas de alimentos que distribuímos”, referiu.
Outros números de 2020 da Cáritas de Braga são mais de 12 mil refeições entregues, 1.200 cabazes alimentares distribuídos e vales alimentares que ascendem a sete mil euros.
Em apoio à compra de medicamentos, a instituição distribuiu quatro mil euros, havendo ainda registo de vários outros apoios no valor total superior a 18 mil euros.
Ao longo de 2020, foram apoiadas mais de sete mil pessoas.
“A pandemia fez subir muito a procura. É um emprego que falha, são dois empregos que falham, são mais bocas a comer em casa, são relações laborais sem qualquer vínculo legal que deixam os trabalhadores completamente desprotegidos, é toda a uma série de situações que levam a que cada vez mais gente nos procure”, referiu José Carlos Dias.
O distrito de Braga registava, em dezembro de 2020, um total de 30.156 desempregados, mais 4.745 do que no mesmo mês de 2019, segundo as estatísticas do Instituto do Emprego e Formação Profissional.
“Já começa a ser muito difícil dar resposta a todas as necessidades”, admitiu o presidente da Cáritas de Braga, lembrando que o peditório anual da instituição não se pôde realizar em 2020 por causa da pandemia e este ano as perspetivas não são mais animadoras.
Em Braga, a Cáritas optou por dar prioridade às famílias monoparentais com filhos, aos idosos e às questões ligadas à habitação e aos medicamentos.
Lusa
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