Um grupo de 63 deputados conservadores pediu hoje ao primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, para retirar todas as restrições impostas pela pandemia da covid-19 até maio, altura em que os cidadãos mais vulneráveis já estarão vacinados.
Numa carta enviada ao chefe do Governo, os conservadores, que se têm manifestado céticos em relação ao confinamento, exigem que as medidas restritivas sejam progressivamente levantadas a partir de 08 de março.
O Governo britânico planeia reabrir as escolas e os bares na altura da Páscoa e, no final do abril, todos os setores produtivos.
Na carta, os deputados argumentam que, a partir de 8 de março, o Governo deve "demonstrar" ao parlamento que as medidas que restam são proporcionais e essenciais, especificando num plano como afetam a sociedade e a economia e quando serão canceladas, com o objetivo de as retirar completamente em maio.
"A covid-19 é uma doença grave e devemos controlá-la. Mas, tal como a covid, os bloqueios e as restrições causam imensos danos sociais e de saúde e têm um grande impacto na vida das pessoas", sustentam.
Os 63 deputados, de um total de 365 que o Partido Conservador tem na Câmara dos Comuns, pertencem ao chamado 'Covid Recovery Group´, formado em novembro, que se opõe ao que consideram ser restrições excessivas que podem ameaçar as liberdades individuais.
A par da pressão crescente dentro do seu partido, Johnson enfrenta as indicações das autoridades de saúde e da comunidade científica, que pedem que não sejam levantadas as medidas de contenção de forma prematura para que não seja criado outro surto da pandemia.
Embora os dados sobre mortes e infeções indiquem que o confinamento quase total, aplicado desde janeiro, tem atrasado a disseminação do vírus no Reino Unido, os especialistas acreditam que os números ainda são altos demais para baixar a guarda.
Johnson planeia apresentar um roteiro detalhado para o desconfinamento em 22 de fevereiro, mas vai manter ainda durante algum tempo as restrições impostas ao território britânico.
Por outro lado, o Governo conservador espera, na segunda-feira, iniciar a segunda fase do seu programa de vacinação, cumprindo o objetivo de imunizar os quatro principais grupos vulneráveis da sociedade, num total de cerca de 15 milhões de pessoas.
Lusa
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