sexta-feira, 23 de abril de 2021

Coimbra: Trabalhadores de call center em Coimbra despedidos sem aviso prévio


O Sindicato dos Trabalhadores de Call Center (STCC) foi informado durante esta semana sobre a intenção da NOS de encerrar o call center de Coimbra no final do mês de maio, deixando assim 60 trabalhadores da Randstad desempregados ou deslocados.
Os trabalhadores contratados pela Randstad para prestação de serviços à empresa NOS, não foram previamente informados sobre a decisão de encerrar o call center em Coimbra, tendo esta decisão sido tomada enquanto os trabalhadores se encontravam em teletrabalho, decisão que o sindicato considera ter sido feita “na calada, às escondidas dos trabalhadores”.

Nelson Cerqueira, delegado sindical do call center de Coimbra, explica ao Notícias de Coimbra que são 60 trabalhadores afetados por esta decisão, toda a equipa do call center, alguns com mais de 10 anos de serviço para a empresa.

“Cerca de metade dos trabalhadores, os que têm contrato a termo, serão despedidos, e a outra metade, os efetivos, vêm-se perante uma decisão impossível, serem despedidos ou irem trabalhar para Lisboa”, como refere o comunicado da STCC. Nelson Cerqueira explica que os trabalhadores que se virem obrigados a deslocar para Lisboa permanecem com as mesmas condições do contrato, não tendo a entidade empregadora até ao momento considerado as despesas de deslocação ou alojamento em Lisboa. “Isto é um convite impossível para que os trabalhadores optem por rescindir contratos”, diz Nelson Cerqueira, que refere a existência de outros despedimentos recentes na equipa.

“São 60 famílias que no meio daquilo que é a situação económica e social em Portugal, são abandonadas e lançadas ao desespero por empresas que durante a pandemia viram os seus lucros aumentados e que tanto publicitam o seu sentido de “responsabilidade social””, refere a STCC.

Os trabalhadores entendem que se trata de uma retaliação, após se terem mobilizado por melhorias contratuais, com uma greve presencial que ocorreu em março do ano passado e greves que decorreram durante o presente mês de abril, acrescenta Nelson Cerqueira, acreditando que estes protestos por melhores condições motivaram a este encerramento do centro e consequentes despedimentos.

Os trabalhadores não entendem o motivo para o despedimento e deslocação. O teletrabalho é obrigatório até ao fim do ano, pelo que os trabalhadores poderiam continuar a trabalhar nessas condições, refere o sindicato.

Já estaria agendada uma manifestação no dia 3 de maio devido à ausência de respostas quanto ao apelo por melhores condições contratuais. Nelson Cerqueira garante que essa manifestação se mantém, mas agora pela luta por recuperação de trabalho. Uma manifestação com um percurso previsto desde a Rua do Carmo até à Câmara Municipal de Coimbra.

O Notícias de Coimbra contactou a Randstad e a NOS mas até ao momento não obteve resposta.

Fonte: Notícias de Coimbra

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