SANTO INÁCIO DE LOYOLA, PINTADO POR JACOPINO DE CONTE (ÚNICO QUADRO PINTADO EM VIDA DO SANTO FUNDADOR JESUÍTA)
Lucidez, distensão e força de vontade diante das coisas grandes ou pequenas, no fundador da Companhia de Jesus para combater a pseudo-reforma protestante e impulsionar a Contra-Reforma. Tinha como lema “Tudo para a maior glória de Deus”. Dele disse o Papa Gregório XV, “tinha a alma maior que o mundo”. Sua festividade é comemorada no dia 31 de julho.
- Plinio Corrêa de Oliveira
Neste quadro, Santo Inácio mostra bem o temperamento espanhol, com o qual a única combinação possível é que não há combinação.
Sua força de vontade está toda posta na última consequência do que ele quer. A determinação de um homem que, a qualquer momento, está pronto a partir para qualquer guerra, sem o menor frêmito, susto, estranheza ou excitação.
Lucidíssimo, há nele algo em que a inteligência e a vontade formam um unum — eu o denominaria espírito de Santo Inácio — que me faz lembrar um anjo.
É uma pessoa que foi capaz de descolar seu pensamento de tudo que é inferior, ou que pode conduzir para cogitações secundárias. Ele mantém seu pensamento no fim último que deseja conquistar. Isto porque operou o descolamento sacrossanto e sadio daquilo que é secundário.
Um homem sem a menor tensão, completamente distendido, com uma deliberação total, absoluta e estável. Podemos notar essa distensão em seu queixo e no lábio inferior.
Ele encara o horizonte remoto, mas vê todas as etapas intermediárias e tem a vista tranquilamente posta na última consequência do que viu. Seu olhar é capaz de assestar com a mesma atenção, penetração e lucidez nos objetos mais remotos e nos mais próximos; mas de modo indiferente, como quem vê com clareza tanto a ponta do sapato quanto o alto do Himalaia. É senhor das situações, tão rei na hora de limpar o sapato como no momento de dar um golpe contra os protestantes.
A fronte tem uma luminosidade difusa, exprimindo largos horizontes. Usa o famoso barrete jesuíta, o que ajuda a compor o quadro. Tudo que ele fazia era pensado, até mesmo o simples gesto de tirar o barrete para cumprimentar um noviço da Companhia de Jesus. Afirmou ele que poderia enumerar umas 20 ou mais razões justificando o modo como fez aquele gesto.
Aquilo que São Francisco de Assis foi para a pobreza, Santo Inácio foi para essa impostação de alma.
ABIM
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Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em 8-8-1980. Esta transcrição não passou pela revisão do autor. Fonte: Revista Catolicismo, Nº 848, Agosto/2021.
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