Grandes literatos escreveram sobre o Profeta Elias, mas aqui transcrevemos o que, nada mais nada menos…, inspirou o próprio Espírito Santo a dizer sobre Elias. É o que está registrado, “per omnia saecula saeculorum”, no Livro do Eclesiástico:
“Elias, por teus prodígios! Quem pode gloriar-se de ser como tu? Tu que fizeste sair um morto do seio da morte, e o arrancaste da região dos mortos pela palavra do Senhor; tu que lançaste os reis na ruína, que desfizeste sem dificuldade o seu poder, que fizeste cair de seu leito homens gloriosos.
Tu que ouviste no Sinai o julgamento do Senhor, e no monte Horeb os decretos de sua vingança.
Tu que sagraste reis para a penitência, e estabeleceste profetas para te sucederem.
Tu que foste arrebatado num tubilhão de fogo, num carro puxado por cavalos ardentes.
Tu que foste escolhido pelos decretos dos tempos para amenizar a cólera do Senhor, reconciliar os corações dos pais com os filhos, e restabelecer as tribos de Jacó.
Bem-aventurados os que te conheceram, e foram honrados com a tua amizade!
Pois, quanto a nós, só vivemos durante esta vida, e depois da morte, nem mesmo nosso nome nos sobreviverá.
Elias foi então arrebatado em um turbilhão, mas seu espírito permaneceu em Eliseu. Nunca em sua vida teve Eliseu medo de um príncipe; ninguém o dominou pelo poder.
Nada houve que o pudesse vencer: seu corpo, mesmo depois da morte, fez profecias.
Durante a vida fez prodígios, depois da morte fez milagres.
E, apesar de tudo isto, o povo não fez penitência, não se afastou dos seus pecados, até que foi expulso de sua terra, e espalhado por todo o mundo.
Só ficou um resto do povo, um príncipe da casa de Davi.
Alguns deles fizeram o que é do agrado de Deus; os outros, porém, multiplicaram os seus pecados.
Ezequias fortificou a sua cidade, trazendo água até o centro; abriu com ferro um rochedo, e construiu um poço para as águas.
Durante o seu reinado veio Senaquerib, que enviou Rabsaces, o qual levantou a sua mão contra eles; ele estendeu a sua mão contra Sião, ensoberbecendo-se com seu poder.
Foi então que os seus corações e as suas mãos desfaleceram: sentiram dores como a parturiente.
Invocaram o Senhor misericordioso, levantando para o céu as suas mãos estendidas. E o Santo, o Senhor Deus, ouviu logo a sua voz: não se recordou dos seus pecados, não os entregou aos seus inimigos, mas purificou-os pela mão de Isaías, seu santo profeta.
Derrubou o acampamento dos assírios, e o anjo do Senhor os desbaratou.
Pois Ezequias fez o que era agradável a Deus: caminhou corajosamente pelas pegadas de Davi, seu pai, assim como lhe havia recomendado Isaías, o grande profeta, fiel aos olhos do Senhor.
Um dia o sol retrocedeu, e (o profeta) prolongou a vida do rei.
Por uma poderosa inspiração ele viu o fim dos tempos, e consolou aqueles que choravam em Sião; ele anunciou o futuro até o fim dos tempos, assim como as coisas ocultas antes que se cumprissem” (Ecles. 48, 1, 11).
ABIM
Nenhum comentário:
Postar um comentário