segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

2ª fase da Missão Cascas Solidárias percorre 12 municípios do distrito de Évora

 ADESÃO RECORDE DE PEDIDOS DE COMPOSTORES E INSTALAÇÃO DE 28 ILHAS DE COMPOSTAGEM COMUNITÁRIA EM 12 MUNICÍPIOS

A Missão Cascas Solidárias deu início à 2ª fase, com uma campanha porta-a-porta no distrito de Évora. Desta vez, a ação incide maioritariamente na Compostagem Comunitária (CC) e  abrange os residentes que não têm terreno, nem jardim, mas que também pretendem transformar as suas cascas de fruta e legumes, em apoios monetários a instituições locais. No novo projeto-piloto da GESAMB estão instaladas 28 ilhas de compostagem comunitária em 12 municípios do distrito de Évora, que serão supervisionadas por um Mestre e vários Guias da Compostagem. Trata-se de uma solução pioneira na região, e provavelmente também no país, que pode ditar o sucesso da Compostagem Comunitária a nível nacional.

 

“Foi um arranque auspicioso!” é assim que Gilda Matos, técnica superior da GESAMB – Gestão Ambiental de Resíduos do distrito de Évora, caracteriza a primeira fase inaugural da Missão Cascas Solidárias (MCS) em 2021. O projeto pioneiro na região, que visa incentivar e sensibilizar as populações locais a adotarem hábitos de reciclagem do lixo orgânico, ao mesmo tempo, que contribuem para ajudar localmente quem mais precisa, conseguiu entregar, no seu arranque inaugural, mais de 300 compostores domésticos no último trimestre de 2021.  “Constatamos que, desde que MCS começou, e após todo o esforço da campanha porta-a-porta, rua a rua, casa a casa pelos 12 municípios abrangidos pelo serviço da GESAMB, tivemos um número recorde de pedidos online de compostores domésticos. Existem 167 pessoas elegíveis e 5 instituições à espera para agendamento. E todos os dias recebemos mais pedidos. Estamos confiantes no arranque da segunda fase da MCS, em fevereiro. É um novo projeto-piloto que irá incidir numa franja da população residente que não tem quintal, nem jardim, e para as quais apresentamos uma solução ambiciosa que passa pela instalação de 28 ilhas de compostagem comunitária nos 12 municípios que servimos.”, justifica Gilda Matos.

 


Ilhas de Compostagem Comunitária e os Mestres e Guias da Compostagem

2ª fase MCS incide na Compostagem Comunitária, e está especialmente direcionada para a população residente nos 12 municípios do distrito de Évora que vivem em aglomerados urbanos ou em casas sem jardim ou terreno e que pretendem fazer a sua reciclagem de lixo orgânico e contribuir para o apoio solidário às Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) locais.

Desde 5 de fevereiro que a campanha porta-a-porta está na rua, com um promotor contratado localmente e que, numa relação de vizinhança e conhecimento profundo da sua comunidade, esclarece qualquer dúvida sobre esta iniciativa e como esta funciona. A diferença para a 1ª fase do projeto tem a ver com a necessidade de agora os residentes terem ilhas de compostagem localizadas perto das suas residências para que possam depositar as suas “cascas solidárias”.

Para assegurar a integridade dos equipamentos e as boas-práticas, a GESAMB, num esforço conjunto com os 12 municípios envolvidos, desenvolveu uma iniciativa pioneira que passa por 3 princípios chave – Cooperação, Capacitação e Descentralização.


A GESAMB capacitou 24 técnicos municipais (dos 12 municípios) encarregues de verificar semanalmente as ilhas de compostagem comunitária e disseminar boas práticas de compostagem, criando assim a figura dos Guias da Compostagem. Estes Guias irão cooperar e auxiliar a execução quinzenal das tarefas do técnico assegurado pela GESAMB. Este técnico, designado como Mestre da Compostagem vai monitorizar o processo biológico que acontece dentro dos 28 equipamentos. De março a agosto de 2022, a GESAMB assegura estas visitas técnicas periódicas por parte deste Mestre da Compostagem, de modo a garantir a realização das métricas necessárias, aplicar correções, num acompanhamento próximo das equipas descentralizadas no terreno —os Guias da Compostagem—, “preparando assim o terreno para que os municípios, autonomamente, perpetuem junto da sua comunidade estes procedimentos e boas práticas. Queremos deixar no futuro próximo, terreno fértil para que as associações locais, de moradores e cívicas assumam este compromisso em prol da sua comunidade. Isto é algo ambicioso, talvez até disruptivo para a região, e que acreditamos profundamente. A MCS é apenas o início de um movimento que fará a diferença neste distrito e, esperamos, seja uma iniciativa que tenha eco no país”, enfatiza a técnica da GESAMB.


Menos lixo, mais ajuda solidária

De recordar que, com a Missão Cascas Solidárias, é possível transformar as cascas do lixo orgânico em ações concretas, transformando o desvio de resíduos urbanos biodegradáveis de aterro em benefício económico de valor a determinar no final da campanha e a ser entregue a IPSS do distrito de Évora, a saber: ASCTE - Associação Sociocultural Terapêutica de Évora; a CerciEstremoz - Cooperativa para a Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados e a CerciMor - Cooperativa para a Educação, Reabilitação, Capacitação e Inclusão de Montemor-o-Novo, CRL).

 

Não é todos os dias que podemos ajudar alguém que precisa, com nada mais que lixo

O valor monetário será calculado em função da quantidade de resíduos orgânicos desviados de aterro e em função do número de equipamentos domésticos e comunitários entregues. A equação é simples: quanto mais pessoas aderirem à prática da compostagem, mais significativo será o apoio prestado às instituições selecionadas.

Nesta 2ª fase, GESAMB está a colocar equipamentos de rua (compostores comunitários) para deposição de lixo orgânico, distribuindo recipientes a todos os cidadãos que vivam num raio até 200 metros (no máximo) do equipamento.

 

Sobre a Missão Cascas Solidárias

A MCS surge no âmbito da 3ª edição do Re-Planta! e abrange as populações residentes nos 12 municípios de Évora servidos pela GESAMB, a saber: Alandroal, Arraiolos, Borba, Estremoz, Évora, Montemor-o-Novo, Mora, Mourão, Redondo, Reguengos de Monsaraz, Vendas Novas e Vila Viçosa. A ideia principal é fomentar o espírito de comunidade e entreajuda, com vista à promoção de uma sociedade mais igualitária e sustentável. Com a reciclagem das cascas das frutas, legumes, talos, folhas (excluindo proteína animal, gordura e líquidos), todos os residentes destes concelhos estão a contribuir para angariar apoios para ajudar crianças e adultos com deficiência e necessidades especiais.

A Missão Cascas Solidárias enquadra-se numa estratégia abrangente e que vai ao encontro das exigentes metas europeias e nacionais para a prevenção e valorização dos resíduos e da obrigatoriedade de recolha seletiva de biorresíduos a partir de 2024 e, mais especificamente, na implementação obrigatória de redes de recolha seletiva de resíduos orgânicos ou de processos de separação e reciclagem na origem, até 31 de dezembro de 2023.

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