O empreendimento surge da necessidade de solucionar o saneamento nos municípios de Cantanhede e de Mira, onde o extenso emissário que recebe os efluentes dos dois municípios, e é encaminhado para a ETAR de Ílhavo, começou a registar excesso de caudais, gerando a ocorrência de descargas.
Segundo Alexandre Tavares, este problema foi detetado em 2016, tendo sido procuradas formas para o resolver, sendo que em 2019 foi definida a necessidade de construção de uma nova estação de tratamento de águas residuais.
Após dois concursos públicos internacionais, em fevereiro e agosto de 2020, que não receberam propostas, a obra foi finalmente consignada.
Segundo o presidente da Câmara Municipal de Mira, “é um passo importante, desta longa luta, para terminar com o flagelo das descargas na vala Real. Só descansaremos no dia em que estiver em pleno funcionamento.” Raul Almeida, aproveitou ainda para lançar o repto à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) para que os municípios sejam ressarcidos do “passivo ambiental” que têm tido ao longo destes últimos anos, com este problema”.
A cerimónia simbólica contou com a presença do Conselho de Administração da AdCL, dos Presidentes de Câmara de Cantanhede e de Mira, do Vice-Presidente do Conselho Diretivo da Agência Portuguesa do Ambiente, do Administrador da AdP Valor, e ainda dos representantes da Junta de Freguesia da Tocha e das empresas do empreiteiro e da fiscalização.
A obra foi o culminar de um processo “doloroso, penoso, difícil para todas as entidades envolvidas”, afirmou, na sua intervenção, a presidente da Câmara Municipal de Cantanhede, Helena Teodósio.
A nova ETAR, com um prazo de execução de 450 dias, que representa um investimento de cerca de nove milhões de euros, cofinanciada pelo Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR), vai ficar situada em Cochadas, na Tocha, e servirá 37 mil habitantes.
A infraestrutura servirá áreas do concelho de Cantanhede, que atualmente são abrangidas pelo subsistema Ria Sul-Aveiro e a zona de ampliação da cobertura “em baixa” desse município, nomeadamente as localidades de Febres, Ourentã, Pocariça, entre outras.
Além desta obra, a AdCL já tem em curso a empreitada “Aumento da capacidade das infraestruturas”, no valor de 3,7 milhões de euros (ME), cofinanciada por fundos comunitários.
Ambas as obras, no valor total de 12,8 milhões de euros, financiadas pelo Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR), têm como objetivo “reforçar o Sistema de Saneamento da Ria Sul-Aveiro e pretendem solucionar o saneamento nos municípios de Mira e Cantanhede”.
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