A presidente da Câmara Municipal de Cantanhede, Helena Teodósio, quer que o Hospital Arcebispo João Crisóstomo venha a dispor de um Centro de Atendimento Clínico para Situações Agudas de Menor Complexidade e Urgência Clínica, nos termos do Eixo 3 do Plano de Emergência da Saúde. Cuidados Urgentes e Emergentes, solução que, considera, “pode facilmente ser implementada através da articulação dos recursos disponíveis” na referida unidade hospitalar e que “virá a traduzir-se numa melhoria significativa da resposta dos serviços de saúde na região”.
O regresso de uma Urgência Básica a Cantanhede é uma velha reivindicação da autarca, que numa carta enviada à ministra da Saúde no passado dia 4 de junho, insiste na ativação de um serviço análogo, nomeadamente um Centro de Atendimento Clínico para Situações Agudas, “pois a Consulta Aberta nunca funcionou como devia por falta das condições que o Ministério da Saúde se comprometeu a criar no protocolo que celebrou Município de Cantanhede para sustentar politicamente o encerramento da urgência em 2007”.
Em todo o caso, porque reconhecia que tal resposta era melhor que nenhuma resposta, Helena Teodósio encabeçou um movimento a reivindicar a reativação de uma Urgência Básica no Hospital Arcebispo João Crisóstomo, ou, no mínimo, a reabertura da Consulta Aberta, tendo feito depender dessa medida, entre outras, a assinatura do auto de aceitação da transferência de competências na área da Saúde, o que, precisamente por causa disso, só veio a acontecer já em março deste ano, depois de intensas negociações com a direção da Unidade Local de Saúde de Coimbra.
Na missiva enviada à ministra da Saúde, a líder do executivo camarário cantanhedense reafirma que nunca encarou a Consulta Aberta “como solução adequada para as situações que requerem cuidados urgentes e emergentes” e defende “a criação de um Centros de Atendimento Clínico para situações agudas de menor complexidade e urgência clínica como um grande avanço no sentido daquilo que tem reivindicado reiteradamente para o Hospital Arcebispo João Crisóstomo”.
Segundo a autarca, há razões que justificam essa opção, a começar pela circunstância de já funcionar nesta unidade hospitalar a sede da Comunidade Local de Saúde de Cantanhede, Mealhada, Mira, Mortágua e Penacova, no âmbito da ULS de Coimbra, cuja área de abrangência pode ser coincidente com a do novo Centro de Atendimento Clínico.
Por outro lado, “nesse território de vários concelhos, o Hospital Arcebispo João Crisóstomo é a única unidade hospitalar com condições para ser de imediato instalada uma resposta hospitalar de tal natureza, nomeadamente ao nível de espaços físicos, equipamentos e meios auxiliares de diagnóstico”, afirma Helena Teodósio. “Esta é a solução que efetivamente preenche todos os requisitos inerentes ao objetivo do Governo em criar condições para o descongestionamento das urgências dos hospitais centrais, pois irá seguramente concorrer para uma diminuição da afluência aos serviços de urgência do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, o que de resto acontecia quando o Hospital Arcebispo João Crisóstomo dispunha de Urgência”, sublinha a autarca, manifestando-se “inteiramente disponível para assegurar a cooperação da Câmara Municipal de Cantanhede no desenvolvimento de todo do processo”.
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