sábado, 13 de fevereiro de 2016

Após "luto", Costa quer PSD e CDS como "parceiros ativos"

Primeiro-ministro convida Passos Coelho para “consensos políticos amplos” e justifica concessões feitas à Função Pública, usando o Tribunal Constitucional como argumento.

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O primeiro-ministro acredita que o PSD está a atravessar uma fase de luto, finda a qual será possível chegar a entendimentos. Numa entrevista concedida ao Expresso, António Costa afirmou que “é preciso respeitar um certo luto que a direita tem de fazer para se tornar um parceiro mais ativo”.

“A distância que existia não tenderá a esbater-se. Mas numa democracia o compromisso e o diálogo são importantes e não queremos nem pretendemos excluir ninguém desse diálogo. É uma obsessão que [PSD e CDS] mantêm como se o mundo tivesse acabado no dia em que o seu governo acabou. O mundo continuou e há novos desafios, novos problemas, novas respostas que é preciso dar”, vaticinou.
“Há matérias que, pela sua natureza, convidam a consensos políticos mais amplos e acho que seria uma pena se o PSD continuasse fechado naquele casulo perdido no passado e não regressasse ao tempo presente”, acrescentou.
Numa entrevista em que se disse confiante nas cedências feitas a Bruxelas (ainda antes de a Comissão Europeia exigir mais medidas de austeridade) – garantindo que, apesar das negociações, há “margem para escolha das medidas” – o chefe do Executivo justificou as concessões feitas à Função Pública como a reversão de um erro cometido pelo anterior Governo.
“O Governo limitou-se a executar as decisões do Tribunal Constitucional”, atirou António Costa, que garante não se identificar com aqueles que encontram riscos na governação suportada por um acordo com a extrema-Esquerda.
Ao semanário Expresso, o primeiro-ministro admitiu ainda ser um “fetichismo” a discussão em torno das 35 horas de trabalho semanal na Função Pública. Uma vez mais, aproveitou para frisar que 1 de julho é o deadline que está em cima da mesa e que – isso é “inequívoco” – tal não pode implicar um aumento de “custos no conjunto do setor público administrativo”.
Assumindo que esta não será uma tarefa simples, António Costa adianta que “implica uma boa adaptação da aplicação da medida a cada um dos setores e, depois, um cruzamento a nível geral que terá de ser feito pelo Ministério das Finanças”.

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