sábado, 27 de fevereiro de 2016

Marisa Matias e Louçã criticam cartaz sobre adoção gay

A candidata apoiada pelo BE nas últimas presidenciais, Marisa Matias, disse, esta sexta-feira, que o cartaz do partido com a imagem de Jesus Cristo, apesar de não ser ofensivo, é um "erro", porque mistura "política partidária e sensibilidades religiosas".
"Não acho que o cartaz seja ofensivo. Acho que é um erro porque mistura coisas que o Bloco de Esquerda (BE) se tem esforçado - e bem - por separar, política partidária e sensibilidades religiosas", defendeu Marisa Matias, numa curta declaração enviada, por escrito, à agência Lusa."
O BE lançou hoje uma campanha sobre a adoção por casais do mesmo sexo, que foi recentemente confirmada no parlamento depois do veto do Presidente da República, da qual faz parte um cartaz com a palavra "Igualdade" e um suporte que está a circular na Internet e nas redes sociais com a imagem de Jesus Cristo e se lê "Jesus também tinha 2 pais".
A posição da eurodeputada bloquista já tinha sido parcialmente avançada pela mesma, quando, ao responder a uma pergunta sobre o tema na sua página da rede social Facebook acabou por admitir: "acho que saiu ao lado da intenção que se pretendia. Que foi um erro."
Também o antigo líder do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, criticou, em entrevista à SIC Notícias, esta sexta-feira à noite, o cartaz avaliando como "discutíveis" tanto a oportunidade como a eficácia da iniciativa.
"Acho muito discutível a oportunidade e a eficácia do cartaz", disse Louçã no seu espaço de comentário habitual na SIC Notícias.
O momento em que surge o 'outdoor' não faz muito sentido porque, diz Louçã, "a lei já foi aprovada há algum tempo". O histórico bloquista duvidou também da eficácia do cartaz: "O facto de se utilizar como argumento, mesmo que neste contexto, o de uma peça de humor, a religião ou uma referência religiosa é também problemático, sobretudo por uma questão de escolha. É que este debate não se deve atravessar sobre as religiões", disse.
Este cartaz já foi criticado pelos partidos PSD e CDS/PP e pela Conferência Episcopal, que o considerou uma "afronta aos crentes".
O Cardeal-Patriarca de Lisboa juntou-se ao coro de críticas e já esta noite condenou este cartaz porque representa uma mentira "que desqualifica quem a propaga".
Já depois das críticas, a deputada do BE Sandra Cunha defendeu que esta campanha não "teve qualquer caráter ofensivo", tendo sido usado o humor para dar visibilidade ao tema.
"Não se pretende de nenhuma forma ofender nem teve qualquer caráter ofensivo. O BE respeita e tem o maior respeito por todas as convicções religiosas e estamos certos que temos uma grande maioria de crentes e de não crentes que estarão connosco por estas famílias e por esta diversidade", disse a deputada do BE.
Fonte: Lusa

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