domingo, 28 de fevereiro de 2016

Nasa anuncia descoberta de planeta semelhante à Terra e com condições de ser habitado

Via Opera Mundi -
'Devem existir todas as condições necessárias para a vida existir neste planeta', afirmou o chefe da missão; Kepler-452b tem 6 bi de anos, 1,5 bi a mais que a Terra
Após anos de pesquisas espaciais em busca da existência de um planeta que pudesse abrigar vidas, a Nasa informou, nesta quinta-feira (23/07), que o telescópio espacial Kepler finalmente encontrou um que seja semelhante à Terra. Batizado de Kepler-452b e distante 1.400 anos-luz de nós, o planeta está sendo chamado de Terra 2.0, por ser uma espécie de primo maior e mais velho do planeta azul. Ele possui, também, características que levam a crer que pode ser habitável.

Kepler-452b tem um diâmetro 60% maior que a Terra, tem grande chance de possuir um solo rochoso, mas sua massa e composição não foram determinadas. “Devem existir todos os ingredientes e as condições necessárias para a vida existir neste planeta", afirmou o chefe do projeto do satélite Kepler, Jon Jenkis.

Reprodução/ Nasa

Comparação entre a Terra e o Sol, e Kepler-452b e sua estrela-mãe

"É inspirador considerar que esse planeta já vive há seis bilhões de anos na área habitável dessa estrela, mais do que a Terra. Isso é uma oportunidade substancial para a vida surgir, devem existir todos os ingredientes e as condições necessárias para a vida existir neste planeta", disse Jenkis.
A condição que faz com que o 1030º planeta conhecido pelos terráqueos seja parecido com a Terra é o fato de que ele orbita em uma “zona habitável”, em torno de uma estrela semelhante ao sol. Além disso, a distância a que se encontra desta estrela permite que seja possível que a água não evapore e permaneça na superfície.
A contagem de anos também seria diferente no Kepler-452b porque ele demora 20 dias a mais para completar a volta em torno de sua estrela (385 dias e não 365, como a Terra). Além disso, ela é um pouco mais velha do que o Sol (“apenas” 1,5 bilhão de anos a mais), tem a mesma temperatura, possui um diâmetro 10% maior e é mais brilhante.

SETI Institute

Concepção da superfície de Kepler-452b, um planeta que pode estar se superaquecendo, algo que acontecerá à Terra em 1 bi de anos.
Outra diferenciação do novo planeta é que a estrela em torno da qual ele orbita é 10% maior e um pouco mais velha que o sol (cerca de 1,5 bilhão de anos a mais), tem a mesma temperatura e é mais brilhante.


Outras descobertas
A missão Kepler, lançada em 2009, tem como objetivo encontrar um planeta com características similares à Terra orbitando estrelas distantes próximas da zona habitável.

Reprodução/ Nasa

Comparação dos sistemas Kepler-186, Kepler-452 e o Solar

Além do Kepler-452b, foram descritos também outros 11 pequenos planetas que estão em zonas consideráveis habitáveis - ou seja, têm potencial de ter água em estado líquido.

Antes desta última descoberta, o planeta que mais próximo chegou das condições da Terra foi o Kepler-186f, descoberto em 2014. Ele, no entanto é menor e orbita ao redor de uma estrela anã vermelha que é significativamente mais fria que o sol.

Depois de Plutão, 6 projetos que devem revolucionar a forma como vemos o espaço






ESA
Esta ilustração mostra como será a Solar Orbiter, que será lançada na direção do sol em 2018

Na semana passada, a comunidade científica mundial presenciou uma das missões espaciais mais fascinantes dos últimos tempos: depois de viajar por mais de nove anos, a sonda New Horizons, da Nasa, se aproximou de Plutão e capturou imagens que mostram o planeta anão como nunca antes.
O momento mais emocionante já passou, mas a missão está longe de sua conclusão. Nos próximos 16 meses a nave, agora a caminho de outros objetos que estão no cinturão de asteroides de Kuiper, vai continuar enviando tudo o que registrar durante a expedição. A interpretação destes dados pode demorar anos.
Mas, além deste projeto, há outros que prometem surpreender os cientistas nos próximos anos. Veja abaixo quais são.

ExoMars






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O veículo robótico viajará para Marte em 2018

A missão ExoMars visa descobrir, basicamente, se há ou já existiu vida em Marte. Trata-se se um programa conjunto entre a Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) e a Roscosmos, a agência russa.
Se já existiu vida em Marte, o mais provável é que isto ocorreu nos primeiros bilhões de anos depois da formação do planeta, quando sua superfície era mais quente e úmida do que no presente.
Em 2016, a ESA vai enviar uma nave para pegar amostras da atmosfera marciana e, em 2018, enviará um veículo de seis rodas que pode perfurar o solo chegando até dois metros de profundidade, para buscar eventual matéria orgânica preservada da intensa radiação que o planeta recebe em sua superfície.
Ainda não foi definido o local exato do pouso do veículo, mas será em uma área que mostre evidências de erosão por água no passado.

Missão de redirecionamento de asteroides

Se a missão Rosetta - bem-sucedida em seu objetivo de pousar em um asteroide - já parecia ambiciosa, esta será ainda mais.
O plano da Missão de Redirecionamento de Asteroides (ARM, na sigla em inglês), da Nasa, consiste em identificar, capturar e fazer o traslado de um asteroide para uma órbita ao redor da Lua para que astronautas, no futuro, possam se aproximar e obter amostras.





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A missão contribuiria para o desenvolvimento de tecnologia que pode ser útil para desviar asteroides perigosos que venham na direção da Terra

A missão ainda está na fase de planejamento, mas se conseguir o financiamento, começará em 2020.
A análise destas rochas espaciais pode fornecer dados importantes sobre a origem do Sistema Solar, segundo os defensores do projeto.
Por outro lado, a missão contribuiria para o desenvolvimento da tecnologia que poderia ser útil para desviar qualquer asteroide perigoso que chegue perto demais da Terra, de acordo com os cientistas.
A Nasa tem em vista seis possíveis asteroides, apesar de a agência ainda não ter decidido como o escolhido será capturado. Uma das possibilidades inclui até envolver a rocha em uma bolsa inflável.

Júpiter






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Os cientistas suspeitam que embaixo da capa de gelo das luas geladas de Júpiter existem oceanos de água em estado líquido

A ESA também tem previsão de enviar em 2022 uma nave para estudar as luas geladas de Júpiter.
A nave, que demorará cerca de oito anos para chegar, sobrevoará Calisto e Europa antes de pousar em Ganimedes, a maior lua do Sistema Solar.
Ganimedes é a única lua do Sistema Solar que gera seu próprio campo magnético.
A sonda fará observações durante três anos. Os cientistas acreditam que abaixo da capa gelada destes satélites de Júpiter existam oceanos de água líquida.

Solar Orbiter






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A sonda Solar Orbiter será submetida a temperaturas de 520 graus

Com a data de lançamento prevista para 2018, a sonda Solar Orbiter (também da ESA) será a primeira a chegar mais perto do Sol, orbitando a apenas 42 milhões de quilômetros da estrela.
Naquela região a intensidade da radiação solar é 13 vezes superior à registrada na Terra e as temperaturas podem chegar aos 520 graus.
Ela fará fotografias e medições desde a órbita interna do planeta Mercúrio para obter dados que permitam conhecer melhor a dinâmica do Sol.
A missão visa aprofundar os conhecimentos sobre o funcionamento do Sol e sua influência sobre a vizinhança, especialmente o modo como gera e acelera o fluxo de partículas carregadas que envolvem o resto dos planetas.

Orion






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Em 2014 a nave Orion fez um voo não tripulado de cerca de quatro horas para testar sua tecnologia

A nave Orion, da Nasa, está projetada para levar até seis astronautas até as profundezas do espaço.
O objetivo final é levar o homem a Marte até o meio da década de 2030.
A nave já foi colocada à prova em 2014, com sucesso, em um voo não tripulado. A primeira missão tripulada deve ocorrer em 2021.

Telescópio James Webb






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O telescópio é tão grande que não cabe aberto no lançador (Foto: NIRSpec)

Este telescópio espacial tentará substituir o Hubble.
Os cientistas afirmam que ele tem uma potência cem vezes superior ao antecessor e poderá obter imagens sem precedentes das primeiras galáxias que formaram no início do Universo.
O espelho principal deste telescópio tem um diâmetro de 6,5 metros (em comparação aos 2,4 m do Hubble) e está formado por 18 espelhos hexagonais que, juntos, formam um.
É tão grande que não cabe dentro do lançador. Os espelhos irão dobrados e vão se desdobrar uma vez que o aparato todo já esteja no espaço.
Ao invés de orbitar ao redor da Terra como o Hubble (uma vez a cada aproximadamente 97 minutos a uma altura entre 550 e 600 quilômetros), o James Webb ficará em um ponto conhecido como Lagrange 2, a 1,5 milhão de quilômetros de nosso planeta.
O telescópio orbitará ao redor do Sol, conservando esta distância da Terra.
Sua data de lançamento é outubro de 2018.




21 Imagens que farão você repensar sua existência

Via Tudo Interessante-

Todos sabemos que estamos imersos em um vasto universo, mas muitas vezes achamos que a Terra é, por excelência, algo imenso. Quando observamos nosso planeta pelas fotos, temos a sensação de que nada é maior do que esse mundo e, de quebra, nos sentimos minúsculos. Por isso, acabamos esquecendo que, assim como nós, a Terra também é um grãozinho de areia perante todo o universo.

Confira algumas imagens que farão você ter uma noção da imensidão em que vive e pensar duas vezes sobre sua existência. Elas são impressionantes:

1 – Esta é a Terra, onde você está neste exato momento

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2 – Esta é a distância, em escala, entre a Terra e a Lua. Não parece tão longe, não é mesmo?

3 – Agora repense! Entre a Terra e a Lua cabem TODOS os planetas do sistema solar e ainda sobra um espacinho

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4 – Falando em planetas, esta sujeirinha verde é, na verdade, a América do Norte sobre Júpiter

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5 – E isso é um cometa. Acabamos de colocar uma sonda em um desses, mas olha só como ele se parece se comparado com Los Angeles

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6 – Mas nada se compara ao sol

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7 – E aqui estamos nós, vistos da lua…

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8 – De Marte…

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9 – E de Saturno

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10 – E aqui está a Terra vista de Netuno, com 6.4 bilhões de quilômetros de distância

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11 – Esta é a Terra perto do sol

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12 – E este é o sol visto da superfície de Marte

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13 – Mas isso nem é tão imenso quanto parece. Como já dito por Carl Sagan, há mais estrelas no espaço do que grãos de areia em todas as praias da Terra

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14 – E por falar em estrelas, algumas são bem maiores que o sol

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15 – A maior estrela, VY Canis Majoris, é 1.000.000.000 vezes maior do que o sol

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16 – Mas nada disso se compara ao tamanho de uma galáxia. Se reduzir o sol ao tamanho de um glóbulo branco e reduzir a Via Láctea usando a mesma escala, o tamanho da Via Láctea seria equivalente aos Estados Unidos

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17 – A Via Láctea é enorme, e tudo que você vê é um minúsculo pedaço dela

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18 – Porém, é possível ir mais além. Nesta imagem, capturada pelo telescópio Hubble, há milhares e milhares de galáxias, cada uma contendo seus próprios planetas e milhões de estrelas

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 19 – Esta é uma das galáxias presentes na foto anterior, a UDF 423 e está a 10 bilhões de anos-luz de distância

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20 – E lembre-se, estas são imagens de uma pequena fração do universo

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21 – É seguro afirmar que existem alguns buracos negros lá fora. Aqui está a comparação do tamanho de um buraco negro tendo em vista a órbita da Terra, só para aterrorizar você

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E se depois de tudo isso, você ainda não conseguiu ter uma noção do tamanho do universo do qual você faz parte, vamos facilitar:

Aqui está você

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E isso é o que acontece com sua casa quando diminui-se o zoom gradualmente


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O que saberemos sobre o espaço daqui a uma década?



Desde meados dos anos 60, não ficávamos tão animados com as conquistas da exploração espacial. 



A Nasa lançou recentemente a Orion, primeira de suas novas naves destinada ao transporte de astronautas em substituição aos ônibus espaciais. A agência também está desenvolvendo um enorme foguete que vai rivalizar com o Saturn V. A Europa conseguiu pousar uma sonda em um cometa a 510 milhões de quilômetros da Terra, enquanto a China está trabalhando em sua próxima estação espacial.Enquanto isso, empresas particulares estão mudando o mapa dos negócios no espaço, ao seguirem com seus planos para realizar voos ao espaço, turismo espacial e até missões para Marte.



Nos próximos anos, também assistiremos à etapa final da construção telescópio espacial James Webb, um observatório flutuante do tamanho de uma quadra de tênis.



Portanto, a partir de 2020, será que teremos uma nova e gloriosa era espacial?



A BBC reuniu um painel de especialistas para ouvir suas opiniões: Scott Pace, diretor do Instituto de Política Espacial, em Washington; David Baker, ex-engenheiro da Nasa, escritor e editor da revista Spaceflight; e Monica Grady, professora de ciências planetárias e espaciais na Open University, da Grã-Bretanha.



Veja o que eles têm a dizer:



O homem vai voltar à Lua...



Para especialista, a Lua poderia servir de base para lançamento de foguetes.
Para David Baker, a Lua exerce um fascínio porque está ali visível todas as noites. "Uma viagem à Lua dura apenas três dias, e mandar astronautas para lá por um curto período de tempo é algo que exige poucos recursos. Um dos objetivos da China é colocar astronautas na Lua", afirma.



Já Monica Grady prevê que alguns grupos estabeleçam uma base semipermanente na Lua. "Não é uma colonização; o local servirá para lançar foguetes que explorarão o Sistema Solar no futuro", diz.



Scott Pace critica a política dos Estados Unidos em relação à Lua. "O país não só excluiu o astro como um próximo passo de sua exploração, como também deixou de fora seus parceiros internacionais. Tínhamos muitos parceiros em potencial que estavam interessados na Lua. Mas este assunto tem que continuar na agenda, porque ele é guiado por interesses geopolíticos, técnicos e econômicos, tanto dos Estados Unidos como de seus grandes parceiros".



...mas (ainda) não vai a Marte




"Apesar de Marte ser um dos objetivos da exploração humana, não sei muito bem o que poderá acontecer uma vez que pousarmos lá e fincarmos uma bandeira", afirma Grady. "Há um debate sobre se devemos fazer de Marte um habitat protegido."



Para Pace, a questão das parcerias internacionais também foi afetada pela decisão dos Estados Unidos de se dedicar a uma missão para Marte. "Muitas outras agências espaciais disseram que se tratava de algo muito ambicioso. Estrategicamente, escolhemos uma direção que nos tirou das parcerias", diz.



Baker critica a ideia de ir a Marte como "drástica, perigosa e prematura". "A Orion só consegue manter sua autonomia no espaço por três semanas – não serve para abrigar seres humanos no caminho até Marte", explica. "A imagem que a Nasa passa para a opinião pública é muito diferente daquilo que ela tem capacidade para realizar."



China e Índia terão destaque



China está a caminho de ter sua própria Estação Espacial.
"Estamos começando a assistir a uma corrida espacial entre a Índia e a China, e acho que isso tende a crescer nos próximos anos", aposta o ex-engenheiro David Baker.



Scott Pace discorda: "Não creio que se trata de uma corrida. Para a China, a conquista espacial é uma maneira de estimular o orgulho nacional e apoiar o Partido Comunista, assim como uma maneira de melhorar a qualidade industrial e atrair jovens para a área de ciência e tecnologia".



"Nos Estados Unidos e na Europa, cada vez que um novo governo assume o poder, muda as políticas espaciais. Essa descontinuidade gera uma enorme perda de tempo e de recursos", afirma Monica Grady. "A China leva vantagem nessa área ao ter um sistema político não democrático que pode fazer planos com bastante antecedência e que sabe que eles serão cumpridos".



O futuro da Estação Espacial é incerto




O analista Pace lembra que os Estados Unidos estão comprometidos com a EEI até 2024, mas questiona se os demais países permanecerão no projeto até lá, principalmente a Rússia.



"Isso vai depender do futuro das relações entre os dois países. Ambos dependem mutuamente do outro para que o projeto dê certo. Será preciso um grande esforço para isolar isso dos demais problemas nas relações entre russos e americanos", diz ele.



Já Baker acredita que a EEI será tirada da órbita terrestre, já que a Rússia não poderá seguir operando a base sozinha por não ser sua única dona. "Quando chegarmos em 2020, serão mais de 20 anos desde que os primeiros componentes da EEI foram lançados", lembra.



Pace prevê que em meados de 2020 a China terá uma estação espacial em órbita e afirma que a Europa já está em negociação com o país asiático para ter alguns astronautas a bordo.


Iniciativas privadas podem roubar a cena



Para analistas, avanço do turismo espacial pode ser positivo para as agências governamentais.
Os especialistas consultados pela BBC acreditam no sucesso de missões lançadas por empresas particulares, como a Virgin Galactic, a SpaceX e a XCOR, mas reconhecem que será um privilégio para pouquíssimas pessoas.



"Será algo para os super-ricos, da mesma maneira que os primeiros voos de avião também foram feitos por super-ricos", lembra Monica Grady.



Para David Baker, a iniciativa poderia ser uma maneira de enviar cientistas para experimentos em voos sub-orbitais. "Quando as empresas privadas se consolidarem como algo independente dos governos, teremos resultados surpreendentes", diz.



Já Pace vê com cautela o avanço das companhias particulares. "A falta de planos do governo americano para além da EEI é algo perigoso para o setor comercial espacial emergente. Sem uma demanda governamental clara, é difícil ver como essas empresas poderão se manter sozinhas. Hoje em dia, a Nasa injeta nelas bilhões de dólares para que desenvolvam projetos que atendam à própria Nasa", explica.



O homem continuará a ser audacioso



Mesmo com advento de robôs, o homem continuará curioso em relação ao espaço.
Os avanços da robótica poderão abrir novos caminhos para que o homem continue explorando o espaço, na opinião dos especialistas. "A própria definição do que é ser humano envolve questões como: ‘Até onde podemos ir? O que podemos ver? O que podemos aprender e trazer de volta?’", indica Pace. "Em parceria com sistemas robóticos, devemos ir até onde pudermos."



Para Monica Grady, os robôs um dia serão capazes de fazer tudo o que os seres humanos fazem e, para fins científicos, não haverá necessidade de mandar pessoas para missões espaciais. "Mas continuamos curiosos por natureza, temos aspirações e inspirações. Por isso, acho que mesmo com robôs, as pessoas vão continuar querendo viajar para o espaço", afirma.



Já David Baker questiona se um modelo baseado na robótica será mesmo o futuro da exploração espacial. "Acho que ela continuará sendo guiada pelo mercado e por pessoas. Estamos assistindo a uma democratização do programa espacial", diz.




Leia a versão original desta reportagem em inglês no site BBC Future.

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VIA LÁCTEA 'PODE SER BURACO DE MINHOCA PARA VIAGENS NO TEMPO'

Via BBC Brasil -


Nossa galáxia pode ser, em teoria, um grande túnel semelhante a um buraco de minhoca (ou túnel de viagens no espaço e no tempo), possivelmente "estável e navegável" e, portanto, "um sistema de transporte galático". É o que sugere um artigo publicado no periódico Annals of Physics.

O estudo - que, ressaltam os cientistas, ainda é uma hipótese - é resultado de uma colaboração entre pesquisadores italianos, americanos e indianos.

Para chegar a essas conclusões, os estudiosos combinaram equações da teoria da relatividade geral, desenvolvida por Albert Einstein, com um mapa detalhado da distribuição de matéria escura (que representa a maior parte da matéria existente no Universo) na Via Láctea.

"Se unirmos o mapa da matéria escura na Via Láctea com o modelo mais recente do Big Bang para explicar o Universo e teorizarmos a existência de túneis de espaço-tempo, o que obtemos é (a teoria) de que nossa galáxia pode realmente conter um desses túneis e ele pode ser do mesmo tamanho da própria galáxia", disse Paolo Salucci, um dos autores do estudo e astrofísico da Escola Internacional de Estudos Avançados de Trieste (Sissa, na sigla em italiano).

"Poderíamos até viajar por esse túnel, já que, com base em cálculos, ele seria navegável. Assim como o visto recentemente no filme Interestelar."

Ainda que túneis desse tipo tenham ganhado popularidade recentemente com o filme de ficção científica, eles já chamam a atenção de astrofísicos há muito tempo, explica comunicado do Sissa.

Salucci afirmou não ser possível dizer com absoluta certeza que a Via Láctea é igual a um buraco de minhoca, "mas simplesmente que, segundo modelos teóricos, essa hipótese é possível".

O cientista explicou que, em teoria, seria possível comprovar essa hipótese fazendo uma comparação entre duas galáxias - aquela à qual pertencemos e outra parecida. "Mas ainda estamos muito longe de qualquer possibilidade real de fazer tal comparação." 

Matéria escura 

Estudos prévios já haviam demonstrado a possível existência desses buracos de minhoca em outras regiões galáticas. Segundo o estudo do Sissa, os resultados obtidos agora "são um importante complemento aos resultados prévios, confirmando a possível existência dos buracos de minhoca na maioria das galáxias espirais".

O estudo também reflete sobre a matéria escura, um dos grandes mistérios da astrofísica moderna. Essa matéria não pode ser vista diretamente com telescópios; tampouco emite ou absorve luz ou radiação eletromagnética em níveis significativos. Mas a misteriosa substância compõe 85% do universo. 

Salucci lembra que há tempos os cientistas tentam explicar a matéria escura por meio de hipóteses sobre a existência de uma partícula específica, o neutralino - o qual, porém, nunca foi identificado pelo CERN (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear, que pesquisa o Bóson de Higgs, a chamada "partícula de Deus") ou observado no Universo. Mas há teorias alternativas que não se baseiam nessa partícula.

"Talvez a matéria escura seja uma 'outra dimensão', talvez um grande sistema de transporte galático. Em todo o caso, realmente precisamos começar a nos perguntar o que ela é."

 

NASA JÁ DESCOBRIU MAIS DE MIL PLANETAS IGUAIS À TERRA, ONDE PODE EXISTIR VIDA

Por Salvador Nogueira - Via Folha de SP -


Usando dados do telescópio espacial Kepler, da Nasa, astrônomos americanos anunciaram a descoberta de nada menos que oito novos planetas de pequeno porte localizados na chamada zona habitável de suas estrelas. Trata-se da região do espaço onde a incidência de radiação seria favorável à preservação de água em estado líquido na superfície. Essa é a posição que a Terra ocupa em nosso Sistema Solar, o que faz supor que pelo menos alguns desses novos planetas possam ser de fato amigáveis à vida.

O anúncio acaba de ser feito durante a reunião da Sociedade Astronômica Americana (AAS) e adensa a coleção de planetas descobertos pelo Kepler potencialmente similares à Terra. O resultado também marca um outro recorde para o satélite, que com as novas adições já ultrapassa a marca dos mil planetas encontrados. Não custa lembrar que o telescópio espacial fez essas descobertas todas apontado fixamente durante quatro anos para um cantinho do céu que equivale a míseros 0,25% do total da abóbada celeste, entre as constelações Cisne e Lira.

(Em uma nova fase desde o ano passado, por conta de um defeito em seus giroscópios, o Kepler foi rebatizado K2 e agora investiga diferentes regiões do céu ao longo das constelações do zodíaco. Aguarde, portanto, outras descobertas empolgantes para o futuro.)

Dos oito novos planetas, um deles, batizado Kepler-438b, tem tamanho apenas 12% maior que o da Terra. Em termos de porte, ele é tão parecido com o nosso mundo quanto o Kepler-186f, que, talvez você se lembre,inaugurou uma nova era na busca por exoplanetas no ano passado. Ele foi o primeiro planeta com dimensões similares às da Terra (seu diâmetro era apenas 11% maior) descoberto na zona habitável de outra estrela que não fosse o Sol.

UMA SUPERTERRA

A estrela-mãe do Kepler-438b é uma anã vermelha, astro menor e menos brilhante que o nosso Sol localizado a 470 anos-luz daqui. O planeta em questão completa uma volta em torno dela a cada 35 dias, e a radiação estelar que chega a ele é 40% maior do que a que banha a Terra. (Para efeito de comparação, Vênus, que virou um inferno escaldante por sua proximidade com o Sol, recebe o dobro da radiação incidente sobre nosso planeta.)

Nesse sentido, o planeta mais interessante da nova leva é o Kepler-442b, a 1.100 anos-luz de distância. Ele tem um diâmetro cerca de 30% maior que o da Terra, de forma que já entra numa classificação diferente, como uma “superterra”. Ainda assim, um estudo apresentado na reunião da AAS por Courtney Dressing, astrônoma do Centro Harvard-Smithsonian para Astrofísica, mostra que planetas até 50% maiores que a Terra tendem a ter uma composição de ferro e silicatos. Ou seja, são mundos rochosos, como o nosso, apesar do tamanho avantajado.

E o Kepler-442b em particular recebe de sua estrela-mãe, uma anã laranja um pouco menor do que o Sol, cerca de dois terços da radiação que a Terra ganha do Sol. Segundo os cálculos dos astrônomos liderados por Guillermo Torres, do Centro Harvard-Smithsonian para Astrofísica, e por Douglas Caldwell, do Instituto SETI, com esse nível de radiação, ele tem 97% de chance de estar na zona habitável de sua estrela.

Só para comparar, o festejado Kepler-186f, do ano passado, recebe um terço da radiação solar que incide na Terra.

CANDIDATOS
Hoje os pesquisadores do satélite Kepler também apresentaram uma atualização dos resultados gerais obtidos pelo telescópio durante seus quatro anos de operação. Garimpando os dados, eles encontraram mais 554 candidatos a planeta, que vêm a se somar aos 4.183 candidatos da parcial anterior.


É uma medida importante do tamanho do sucesso da missão, apesar de sua interrupção abrupta pela falha com os giroscópios. Estima-se que cerca de 90% dos “candidatos” sejam planetas de fato, mas para verificar isso os cientistas precisam usar técnicas de análise que confirmem a descoberta.

O Kepler detecta planetas ao observar pequenas reduções no brilho das estrelas conforme um mundo orbitando ao seu redor passa à frente dela, com relação ao satélite. Medindo o tamanho da redução de brilho, o tempo de duração e a periodicidade, é possível estimar o tamanho e a órbita do planeta. Mas diversos fenômenos, como manchas estelares ou a presença de outra estrela próximo, podem gerar falsos positivos. Daí a necessidade de uma segunda análise caso a caso após a primeira peneirada dos “candidatos”.

No caso dos oito novos planetas na zona habitável, a equipe de Torres e Caldwell usou um programa de computador chamado Blender, que introduz diversos falsos positivos nos dados e procede com uma análise estatística sobre as detecções. Com isso, conseguiram determinar com confiança superior a 99% de que são realmente para valer.


 

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