domingo, 28 de fevereiro de 2016

Reconhecimento mútuo do Batismo entre as Igrejas em Portugal

A Catedral de S. Paulo, da Igreja Lusitana (Comunhão Anglicana), em Lisboa, acolheu na tarde do dia 25 de Janeiro de 2014 a cerimónia de reconhecimento mútuo do Batismo entre Igrejas.
A celebração foi inserida na celebração da semana de oração pela Unidade dos Cristãos e compreendeu a assinatura de uma declaração de reconhecimento mútuo da validade do sacramento do baptismo administrado nas Igrejas.
A declaração foi assinada pelos Bispos e Presidentes das Igrejas. As Igrejas que assinaram o documento foram: a Igreja Lusitana, a Igreja Católica Romana, a Igreja Ortodoxa do Patriarcado Ecuménico de Constantinopla e as Igrejas Metodista e Presbiteriana. Estas Igrejas reconhecem o Baptismo como vínculo básico da unidade e esperam que o reconhecimento constitua um passo em frente no caminho da unidade visível do único Corpo de Cristo «para que o mundo creia».
A cerimónia muito festiva foi participada por aproximadamente meio milhar de pessoas de pessoas das diversas Igrejas e entre elas muitos jovens no que constitui um sinal muito encorajador para o futuro do Ecumenismo em Portugal.
 
Texto integral do documento:
 
Reconhecimento Mútuo do Sacramento do Batismo
 
A IGREJA CATÓLICA ROMANA, a IGREJA LUSITANA CATÓLICA APOSTÓLICA EVANGÉLICA, a IGREJA EVANGÉLICA METODISTA PORTUGUESA, a IGREJA EVANGÉLICA PRESBITERIANA DE PORTUGAL e a IGREJA ORTODOXA DO PATRIARCADO DE CONSTANTINOPLA, conscientes da concordância que entre elas já existe sobre os pontos fundamentais de doutrina e prática batismal e constatando que, na prática, já aceitam tacitamente o reconhecimento mútuo da validade do sacramento do Batismo tal como é administrado nas suas Igrejas, decidem:
Reconhecer mutuamente a validade do Batismo nelas administrado e tornar público este reconhecimento
e, em conjunto, declaram:
  1. Aceitar que o Batismo nelas administrado foi instituído por nosso Senhor Jesus Cristo e é, fundamentalmente, uma dádiva gratuita de Deus ao batizando, vinculando-o com a morte e ressurreição de Cristo (Rm 6,3-6), para o perdão dos pecados e para uma vida nova;
  2. Ensinar que o Espírito Santo desceu sobre Jesus no seu Batismo e desce também hoje sobre a Igreja, tornando-a comunidade do Espírito Santo que, em testemunho, serviço e comunhão, proclama o seu reino;
  3. Aceitar o Batismo como vínculo básico da unidade que nos é dada pela fé no mesmo Senhor;
  4. Aceitar o Batismo como processo da nossa consagração para a edificação do Corpo de Cristo, tendo em vista o nosso crescimento «até que cheguemos à unidade da fé e à medida da estatura da plenitude de Cristo» (Ef 4,13);
  5. Administrar o Batismo com água e em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, para a remissão dos pecados, de acordo com a intenção e o mandamento de Cristo (Mt 28,18-20);
  6. Excluir a possibilidade do rebatismo nos casos de passagem de membros de uma Igreja para outra;
  7. Aceitar como válidos os certificados de Batismo emitidos pelas nossas respetivas Igrejas;
  8. Esperar que este reconhecimento constitua um passo em frente no caminho da unidade visível do único Corpo de Cristo «para que o mundo creia»    (Jo 17,21) e contribua para uma maior comunhão entre todos os batizados.
 
Lisboa, Catedral Lusitana de S. Paulo, 25 de Janeiro de 2014

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