“Vamos a caminho
de assassinar os nossos netos: o nosso modelo de crescimento esbanja numa
geração riquezas acumuladas nas entranhas da terra, há milhões de séculos. Esta
politica mata já todos os anos, pela fome, cinquenta milhões de seres humanos
no Terceiro Mundo, que encurrala no extermínio ou na revolta. E propõe-se Já nos
Estados Unidos e em França, «forças de intervenção militar».
Sem uma transformação
radical talvez não venha a haver século XXI na história dos homens. Será dentro
de vinte anos.
O desfasamento é
vertiginoso entre estes problemas onde se joga a nossa vida e as irrisórias
querelas dos partidos políticos. Dentro de cinco anos será demasiado tarde para
se tomar outra opção que não seja o gulag e a morte.
Esta crise, pela
sua voracidade de energia e pelas suas violências que nos empurram para o suicídio
nuclear, para a desintegração da nossa sociedade e das suas ideologias, é a
mais grave que alguma vez uma civilização atravessou. Existe um excepcional
esforço de reflexão e de esperança.
Para a medir e
superar, Roger Garaudy faz o recuo de cinco mil anos de história e trava um
diálogo universal com as civilizações da Asia e de África, da América Latina,
do Islão. Evoca assim as mais belas visões proféticas dos homens mas igualmente
o sentido actual de um socialismo islâmico, indiano, chines, africano, e
conclui, para a França, num projecto político concreto: a partir de um quadro
económico rigoroso dos nossos esbanjamentos, mas também dos nossos recursos e
das nossas possibilidades, e de um encontro inédito da política e da fé, traça
o plano de um novo crescimento, em ruptura com os políticos, os tecnocratas e
os integralistas de todos os quadrantes.
Ainda é tempo de
viver”.
Comentário: “Apelo
aos Vivos” é um livro da autoria de Roger Garaudy, pertence à colecção “Mundo Imediato”,
editada a 1ª. edição em Portugal no mês de Janeiro de 1982, pela editora Moraes
Editores.
Um livro que nos
apresenta uma radiografia (arrepiante) completa do mundo contemporâneo, cada vez mais
desumano, apostado na indiferença, sofrimento, doenças endémicas, morte prematura
de milhões de pessoas, apesar da sociedade em abundância em que estamos
integrados. Morrem por força da fome diariamente milhares de seres humanos semelhantes a
qualquer um de nós.
O I Capítulo sobre conduz-nos a “UM MUNDO NO ATOLEIRO” deixa-me impressionado. Fala sobre uma
civilização no atoleiro. Um mundo povoado por máquinas. Proezas sem
precedentes: os do átomo e da Lua, do computador e da manipulação genética.
Para os mais distraídos
das realidades do mundo que se afunda a olhos vistos, recomendo a sua leitura.
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