domingo, 28 de fevereiro de 2016

APELO AOS VIVOS


“Vamos a caminho de assassinar os nossos netos: o nosso modelo de crescimento esbanja numa geração riquezas acumuladas nas entranhas da terra, há milhões de séculos. Esta politica mata já todos os anos, pela fome, cinquenta milhões de seres humanos no Terceiro Mundo, que encurrala no extermínio ou na revolta. E propõe-se Já nos Estados Unidos e em França, «forças de intervenção militar».

Sem uma transformação radical talvez não venha a haver século XXI na história dos homens. Será dentro de vinte anos.

O desfasamento é vertiginoso entre estes problemas onde se joga a nossa vida e as irrisórias querelas dos partidos políticos. Dentro de cinco anos será demasiado tarde para se tomar outra opção que não seja o gulag e a morte.

Esta crise, pela sua voracidade de energia e pelas suas violências que nos empurram para o suicídio nuclear, para a desintegração da nossa sociedade e das suas ideologias, é a mais grave que alguma vez uma civilização atravessou. Existe um excepcional esforço de reflexão e de esperança.

Para a medir e superar, Roger Garaudy faz o recuo de cinco mil anos de história e trava um diálogo universal com as civilizações da Asia e de África, da América Latina, do Islão. Evoca assim as mais belas visões proféticas dos homens mas igualmente o sentido actual de um socialismo islâmico, indiano, chines, africano, e conclui, para a França, num projecto político concreto: a partir de um quadro económico rigoroso dos nossos esbanjamentos, mas também dos nossos recursos e das nossas possibilidades, e de um encontro inédito da política e da fé, traça o plano de um novo crescimento, em ruptura com os políticos, os tecnocratas e os integralistas de todos os quadrantes.

Ainda é tempo de viver”. 

Comentário: “Apelo aos Vivos” é um livro da autoria de Roger Garaudy, pertence à colecção “Mundo Imediato”, editada a 1ª. edição em Portugal no mês de Janeiro de 1982, pela editora Moraes Editores.

Um livro que nos apresenta uma radiografia (arrepiante) completa do mundo contemporâneo, cada vez mais desumano, apostado na indiferença, sofrimento, doenças endémicas, morte prematura de milhões de pessoas, apesar da sociedade em abundância em que estamos integrados. Morrem por força da fome diariamente milhares de seres humanos semelhantes a qualquer um de nós.

O I Capítulo sobre conduz-nos a “UM MUNDO NO ATOLEIRO” deixa-me impressionado. Fala sobre uma civilização no atoleiro. Um mundo povoado por máquinas. Proezas sem precedentes: os do átomo e da Lua, do computador e da manipulação genética.

Para os mais distraídos das realidades do mundo que se afunda a olhos vistos, recomendo a sua leitura.


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