Ao fim de apenas 10 dias de mandato na Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa já conseguiu irritar Passos Coelho. É o que se pode depreender das palavras do líder do PSD sobre a Banca.
Em causa estão declarações de Marcelo Rebelo de Sousa, aquando do encontro com o Rei de Espanha, em Madrid, em que o Presidente da República alertou Filipe VI para o facto de que a banca espanhola não pode ter presença “exclusiva” em Portugal.
Comentando também a alegada interferência directa de António Costa nas negociações entre o CaixaBank e Isabel dos Santos, no âmbito do BPI, Passos Coelho entende que nem o governo, nem o Presidente da República devem intervir nas questões da Banca.
O Expresso noticiou que António Costa terá reunido com Isabel dos Santos para desbloquear o acordo com o CaixaBank no BPI, no sentido de a empresária angolana vender as suas acções na entidade financeira, enquanto esta lhe cederia o controlo do Banco Fomento Angola.
“Não é uma matéria em que o Governo se deva envolver. O primeiro-ministro não tem competência nenhuma nesta matéria”, salienta Passos Coelho, conforme declarações citadas pelo Observador, que nota que o líder do PSD sublinha ainda que “nem o Presidente da República tem competênciasnesta matéria”.
Estas declarações deixam antever o desconforto de Passos com a actuação de Marcelo, ao cabo de apenas 10 dias de mandato do novo Presidente da República.
O jornal i fala mesmo no “primeiro choque frontal” entre os dois sociais-democratas que “nunca gostaram um do outro”, escreve-se na capa do diário que lembra que “Passos tentou travar a candidatura de Marcelo, que acabou por apoiar a contragosto”.
Entretanto, o líder do PSD pede a António Costa que faça um “cabal esclarecimento” sobre o caso BPI, comparando a actuação deste governo com o de José Sócrates no âmbito do BCP, da Caixa e do PT.
“Não temos boa memória dos tempos em que os Governos se envolviam em processos societários que não respeitam ao Estado”, atira Passos Coelho.
Fonte:ZAP
Nenhum comentário:
Postar um comentário