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Em Fevereiro deste ano, o Instituto de Emprego e Formação Profissional
registou quase 756 mil pessoas à procura de trabalho.
O número de desempregados inscritos nos centros de emprego está a aumentar
há já sete meses consecutivos. O aumento de 1% face ao mês de janeiro esconde
mais 5600 portugueses em situação de desemprego. O bolo toma maiores proporções
quando comparado com julho do ano passado, o mês que marcou uma inversão na
tendência de descida e, desde essa altura, contam-se mais 43 301 pessoas
contabilizadas como desempregadas.
"Desde o verão do ano passado que há um sentimento de incerteza quanto
ao desenvolvimento da economia", lembra ao JN/Dinheiro Vivo João Vieira
Lopes. O presidente da Confederação do Comércio e Serviços (CCP) diz, por isso,
que as empresas podem ter adiado as suas intenções de contratação, o que acaba
por ter um impacto ao nível do número de empregos disponíveis.
Apesar de os meses do verão e do final do ano trazerem sempre algum
movimento para o mercado de trabalho - empregos sazonais e de curta duração -,
Vieira Lopes assume que, no geral, desde meados do ano passado que não se
assiste "a grandes movimentos de contratação por parte das grandes
empresas" a operar em Portugal.
"O próprio Estado e as autarquias também estão a reduzir o número de
trabalhadores", considera, acrescentando que setores como a Banca estão a
diminuir consecutivamente o número de funcionários, "pelo que algum
incremento das pequenas e microempresas não chega" para provocar
alterações significativas no número de desempregados.
Ainda que a tendência se tenha alterado nos últimos meses, as estatísticas
de fevereiro do IEFP mostram que as características dos desempregados que
chegam aos centros de emprego se mantêm relativamente inalteradas: a
representar uma maior fatia do desemprego estão pessoas registadas há mais de
ano, e que já são considerados desempregados de longa duração; também as
mulheres continuam a ser as grandes afetadas pela falta de trabalho e, se a
divisão tiver em conta as qualificações profissionais, a parte dos que têm o
Ensino Secundário é a que mais desempregados reúne. Os portugueses com
qualificações muito baixas (primeiro ciclo de escolaridade) também têm um peso
significativo neste universo.
Ao longo dos sete meses com uma procura crescente por emprego nos centros
do IEFP, as ofertas de trabalho disponibilizadas na rede deste organismo
público tiveram uma evolução inconstante, a oscilar entre as 10 mil (em
dezembro) e as 17 mil propostas (em setembro). Aliás, a ofertas de janeiro e de
fevereiro, na ordem as 15 mil, estão a suplantar as de dezembro e novembro.
O Instituto Nacional de Estatística (INE), que conta as pessoas à procura
de emprego, registadas ou não no IEFP, ainda não divulgou os números do emprego
relativos a fevereiro. Mas, em janeiro, o gabinete contabilizava um total de
619,5 mil desempregados.
Embora, o INE dê conta de uma redução do universo de desempregados em
Portugal, a verdade é que, desde julho do ano passado, o IEFP está a ser mais
procurado por portugueses sem trabalho.
Fonte: jn
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