“Não sei”, “não me lembro”, “nunca tive conhecimento”. Foi este o tom que dominou a audição do ex-presidente do Banif, Joaquim Marques dos Santos, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) ao caso da resolução do Banco que hoje arrancou.
Presidente do Banif entre 2010 e 2012, Marques dos Santos manifestou perante os deputados desconhecimento relativamente a muitos números e a vários detalhes com que foi confrontado.
Começou por dizer que o “surpreendeu” a resolução do Banco, definida em Dezembro de 2015, e referiu que, entre 2010 e 2011, o Banif tentou capitalizar-se sem sucesso “no Brasil, Espanha e Reino Unido”, acabando por ter que recorrer ao apoio da Troika em 2013.
“Em Fevereiro de 2012, o Banif tinha uma necessidade de capitalização até 400 milhões”, referiu Marques dos Santos na CPI, antes de o deputado do PS, Brilhante Dias, ter lembrado que, no final desse ano, acabaram por ser necessários 1.100 milhões de euros.
“Não sei explicar. Não estava lá, não sei. Certamente que haverá fundamentos, mas não espera que seja eu a fundamentar”, declarou o ex-presidente do Banif quando foi confrontado com a diferença de valores.
Marques dos Santos assegurou também que não manteve quaisquer contactos “formais” com elementos do Banco desde que saiu da instituição e que não teve qualquer intervenção na auditoria forense de 2014, realizada pelo Banco de Portugal, que detectou várias irregularidades.
“Nunca fui ouvido na auditoria, nem nessa nem em nenhuma outra”, sublinhou Marques dos Santos, realçando que o Banco de Portugal tinha elementos presentes no Banif, em permanência, desde Maio de 2010, com acesso a toda a informação solicitada.
Marques dos Santos admitiu ainda que “para crescer num ambiente de grande concorrência, provavelmente tivemos que correr mais riscos que um banco consagrado no mercado” e que, embora cumprindo todas as normas estabelecidas para a cedência de crédito, por vezes, as coisas “correram mal”.
ZAP
Comentário: amnésia por conveniência. Todos os que levaram os bancos à falência sofreram ou ainda sofrem desta doença. Pelo que nos é dado saber a amnésia passou a ser uma doença dos bancários. O que fazer? Nada? É a gozar com os deputados eleitos pelo povo, pelo cidadão votante.
Se lhes destinasse uma pena de prisão perpétua, ou a guilhotina no caso de não colaborarem com a justiça, a amnésia não surgia. PAGA CONTRIBUINTE.
J. Carlos
Nenhum comentário:
Postar um comentário