As transferências de Jackson Martínez, Diego Reyes e Quiñones para o FC Porto foram intermediadas por uma empresa mexicana que terá ligações ao tráfico de droga. A SAD portista terá pago milhões em comissões, ajudando inadvertidamente a lavar dinheiro do narcotráfico.
Está em causa o Grupo Comercializador Cónclave, cujo presidente, Rodolfo David Dávila Córdoba, foi condenado por ser o responsável pelas finanças da família Carrillo Fuentes que controla o cartel de droga de Juárez, um dos mais fortes do México.
O site mexicano Aristegui Noticias revela informações constantes dos Relatórios e Contas do FC Porto, relativos aos anos de 2012 e 2013, para notar que o Grupo Comercializador Cónclave foi o “intermediário” nas contratações do mexicano Diego Reyes (contratado ao Club América e actualmente emprestado à Real Sociedad de Espanha) e dos colombianos Jackson Martínez (contratado ao Club Jaguares de Chiapas e agora a jogar no Guangzhou Evergrande, da China) e Héctor Quiñones(contratado ao Asociación Deportivo Cali).
Nesta investigação, feita em colaboração com a plataforma Connectas e com o Centro Internacional para Jornalistas, dá-se a entender que a SAD portista terá participado num suposto esquema de lavagem de dinheiro de droga sem ter consciência disso.
No Relatórios e Contas portista nota-se que, na transferência de Jackson Martínez, que custou 9,6 milhões de euros, foram gastos 750 mil euros em “despesas adicionais” (que serão as tais comissões pagas a intermediários).
No caso de Diego Reyes as comissões terão chegado a 2 milhões de euros, numa transferência de 9 milhões, enquanto Quiñones custou 100 mil euros de “despesas adicionais” num negócio de 2 milhões.
No caso de Jackson Martínez, o Aristegui Noticias releva que o negócio foi intermediado pelo empresário mexicano Guillermo Lara que também terá ligações ao cartel de Juárez.
Lara comprou o avançado colombiano por 100 mil dólares, pelo que teve um lucro astronómico com a sua transferência para o FC Porto por 9.6 milhões de euros.
As autoridades mexicanas suspeitam que este empresário estará no centro de uma rede de lavagem de dinheiro de droga através da transferência de jogadores colombianos para a Europa.
Uma investigação conjunta da cadeia colombiana RCN e da norte-americana Mundo Fox apurou que chefes do tráfico de droga, paramilitares e guerrilheiros colombianos terão investido milhões no futebol mexicano, entre 2003 e 2006.
SV, ZAP
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