A ideia de que
vivem a “idade da parvoíce” não é desculpa para que não se preste atenção aos
adolescentes. Períodos de tristeza são frequentes na puberdade. Conheça os
sintomas e saiba como deve agir.
Ingressar numa
escola que não se conhece, ter dificuldades de relacionamento com os colegas,
perder um animal de estimação, ver nascer um irmão ou um dos pais emigrar são
situações que motivam, não raras vezes, episódios de depressão ligeira na
infância ou adolescência.
Os sintomas
começam frequentemente em idade escolar e tendem a agravar-se na puberdade,
altura de maior indefinição e mais propícia à angústia. “O adolescente não é
respeitado como adulto e não quer ser visto como criança”, explica ao Notícias
ao Minuto Melanie Tavares.
A psicóloga do
Instituto de Apoio à Criança olha para as crianças privadas de afeto como as
mais vulneráveis ao desenvolvimento de pensamentos depressivos, que se
caracterizam por “silêncio, isolamento, comportamentos de oposição,
instabilidade e agitação”.
Mas tal não
deve ser confundido, alerta o pedopsiquiatra Pedro Monteiro, com doença
depressiva. “Nesta, a tristeza assume um caráter persistente e invasivo,
dominando a experiência interna e condicionando o funcionamento do indivíduo”.
Perda de
interesse pala maior parte das atividades, perturbações no sono, crises de
choro e diminuição da energia são os principais sinais de alerta. E o
tratamento revela-se imprescindível para um desenvolvimento saudável.
A ideia de que
vivem a “idade da parvoíce” não é, alertam os especialistas, desculpa para não
se avaliar atentamente o estado de espírito dos adolescentes. A conversa e os
afetos tendem a ser o melhor remédio. Mas para tal é preciso olhar “com olhos
de ver”, frisa Melanie Tavares.
Um estudo do
Instituto Nacional de Estatística (INE) datado de 2014 comprova que 11% dos
jovens entre os 15 e os 24 anos apresentam sintomas ligeiros de depressão.
Olhando para idades abaixo desta fasquia, Pedro Monteiro arrisca uma
percentagem de 25%. Mas só em 4% dos casos se diagnostica efetivamente uma
depressão.
O sexo
feminino é o mais atacado por estes sintomas, que atingem duas vezes mais
raparigas do que rapazes. E também nas manifestações se nota uma distinção. Se
as raparigas tendem a isolar-se, os rapazes apostam essencialmente na ação e
tornam-se reativos.
E se os
episódios de depressão mais ligeiros se ultrapassam naturalmente, o mesmo não
se pode dizer dos casos mais graves. Nas alas de psiquiatria, todos os dias são
conhecidas tentativas de suicídio de jovens inconformados. Felizmente, nota
Pedro Monteiro, “são muito mais as tentativas do que os atos consumados”.
Há ainda quem
não vá tão longe mas se deixe igualmente apoderar pelo desespero. “Quando o
sofrimento é tão grande e sentem necessidade de purgar a dor, alguns jovens
recorrem à automutilação. Desta forma, a dor física sobrepõe-se à psicológica”,
explica Melanie Tavares.
No Instituto de Apoio à Criança, há uma linha
de apoio gratuito a que os jovens podem recorrer “para falar de tudo e de
nada”. As conversas são mantidas de forma confidencial.
Fonte:
notíciasaominuto
Fonte: notíciasaominuto
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