Há cerca de um ano, quando assumiu o poder, o Executivo de centro-direita dinamarquês adotou medidas que restringem os direitos dos refugiados. Agora, com legislação que criminalizou o apoio a pessoas sem documentos, já aplica multas de três mil euros.
Na Dinamarca é proibido transportar ou dar refúgio a ilegais, uma norma legal que não é nova, mas começou a ser aplicada de forma muito mais zelosa desde setembro. Até agora são já cerca de 300 os dinamarqueses que foram multados por ajudarem refugiados.
O jornal El País relata o caso de Lisbeth Zornig, que foi multada em três mil euros por dar boleia até ao centro de Copenhaga a uma família síria que se dirigia a pé para a Suécia. A dinamarquesa é ainda acusada por tráfico de pessoas, e pode ser condenada a uma pena de até dois anos de prisão.
“Usam estas medidas de forma injusta, que tanto se aplica a cidadãos solidários como a traficantes de seres humanos”, queixa-se Lisbeth.
Entre as medidas implementadas pelo Governo dinamarquês, liderado por Lars Lokke Rasmussen, estão a redução em 10% dos apoios aos refugiados e a subida até três anos do tempo que os refugiados têm de passar até poderem reunir a família no país.
Em janeiro, um pacote legislativo ampliou os poderes da polícia que, desde então, pode apreender bens aos refugiados quando estes transportem valores acima de mais de 10 mil coroas dinamarquesas (cerca de 1.340 euros).
“A Dinamarca já não quer ser um modelo. Agora o governo afirma que deve priorizar o interesse nacional e fazer do país um local mais seguro para os dinamarqueses”, resume Michelle Pace, professora de ciências sociais na universidade de Roskilde, citada pelo El País.
“Temos sociedades paralelas que, infelizmente, são muito prejudiciais, especialmente para os mais novos”, defendeu-se o ministro dinamarquês para os Assuntos Religiosos, Bertel Haarder, chamando a atenção para o facto de, logo a seguir à Bélgica, a Dinamarca ser o país que viu mais jovens serem recrutados para o Estado Islâmico.
ZAP
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