Jornalistas do espanhol El País e do britânico The Guardian arrasaram o internacional português nos seus últimos artigos.
As declarações de Cristiano Ronaldo, depois do empate contra a Islândia, deram pano para mangas na imprensa internacional mas o alegado “ódio” pelo jogador português parece ter estalado verdadeiramente este domingo.
Num artigo intitulado “Cristiano: a grandeza, a tristeza e o ridículo”, o jornalista do El País, John Carlin, aproveitou as declarações de CR7 sobre os islandeses para tecer duras críticas ao futebolista.
“A mentalidade da seleção islandesa esteve de acordo com as suas possibilidades. E quanto a isso, não há nada a dizer, mas, para um país como Portugal, a ambição tem de ser ganhar o Euro”, começa por dizer.
“Ronaldo não entendeu. Quem tem mentalidade pequena é ele”, ataca o jornalista.
“Há que reconhecer: nunca na história do futebol houve alguém que combinasse tanta grandeza como jogador com tanta ridiculez como pessoa”, acrescenta Carlin.
“Ronaldo é a maior prova de que existe alguém que pode ser rico, bonito e famoso, inclusive ser considerado o segundo melhor jogador do mundo e, ao mesmo tempo, ser um tipo pobre“.
“Por mais que esteja rodeado de Ferraris e de Rolls-Royces e de supermodelos, não está em paz consigo mesmo e, no fundo, não é feliz“, acrescenta.
Como se todas as críticas não bastassem, Carlin parece ainda ter descoberto o motivo que explica a péssima personalidade de Ronaldo, considerando que “a sua história de vida pede compreensão e perdão”.
“O pai era alcoólico e morreu quando Ronaldo tinha 20 anos. A figura paternal foi usurpada por um grupo de abutres cujo único interesse era retirar a maior fatia económica dos seus êxitos. Não teve gente à sua volta que tivesse a bondade de tentar colocar-lhe os pés na terra, teve falsos aduladores”, continua.
O jornalista convida ainda os leitores a ver o documentário sobre a vida do jogador, realizado por Anthony Wonke, aquele que considera ser um “monumento cinematográfico ao frágil narcisismo” de CR7.
Por fim, Carlin termina dizendo: “Coitado. Debaixo desse corpo de Adónis super-estrela o que há, efetivamente, é um puto malcriado. Tanta boa sorte teve na sua vida e tanta má também”.
Segundo o Expresso, o jornalista em questão é conhecido por “adorar Messi e detestar Cristiano Ronaldo, com a mesma intensidade que venera o Barcelona e despreza o Real Madrid”.
Ronaldo “é uma força em declínio”
Também o jornal The Guardian, pelas palavras do jornalista Jamie Jackson, não poupou nas críticas ao internacional português, considerando que está a ser, no Euro 2016, “uma força em declínio”.
“Aos 31 anos é compreensível. (…) Ele, como qualquer atleta de elite, está a ter dificuldade em aceitar o avançar da idade. A sua intermitente prestação no empate a zero contra a Áustria foi a última prova”.
O britânico considera que, fora das quatro linhas, Ronaldo continua a ser o “número um”, graças ao seu “sorriso de ídolo e físico de Tarzan”, muito superior a Lionel Messi.
Mas, dentro do campo, onde as coisas verdadeiramente importam, é o argentino quem se mantém como “a figura central nos jogos por causa do seu jogo e não por causa da reputação que tem”.
Jackson termina o artigo, fazendo referência ao facto da vitória no próximo jogo ser quase obrigatória para a equipa das quinas, e que os jogadores ainda podem acreditar que é possível.
No entanto, o jornalista não consegue esquecer Cristiano e deixa espaço para mais uma crítica: “No nível pessoal que sempre parece ter guiado Ronaldo, parece que os melhores tempos já passaram. CR7 ainda é a mais hipnótica das personagens mas agora por razões diferentes. A atividade secundária de Ronaldo está a tornar-se o seu evento principal”, termina.
Melhor golo da Liga dos Campeões
Apesar de todas as críticas, o jogador português soma e segue na conquista de mais um ponto para o currículo, desta vez com o “melhor golo da Liga dos Campeões de 2015/2016″.
O anúncio foi feito esta segunda-feira pela UEFA, que considera que o golo marcado por Ronaldo,frente à Roma, foi o melhor da competição.
O remate certeiro no jogo da primeira mão dos oitavos de final da prova, realizado na capital italiana, que o Real Madrid venceu por 2-0, recebeu 36% dos votos dos utilizadores do site oficial da UEFA.
E se houvesse prémio para o melhor relato, a organização que tutela o futebol europeu não podia ficar indiferente ao de um comentador espanhol que entrou em êxtase perante esse mesmo golo.
“Chuta o bicho. É golo, golo, golo. É golo do animal. É golo do jogador que não marca fora. É golo do jogador que não marca golos nos jogos importantes. É golo de um animal que não tem réplica”, grita.
O vídeo do momento em que El Señor Ronaldo marca o Roma 0-1 Real Madrid está aqui:
FM, ZAP / Lusa
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