Uma equipa internacional de cientistas observou, pela primeira vez, um caso de ‘canibalismo estelar’, em que uma anã branca destruiu uma estrela companheira, informou o Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia do México.
A investigação, liderada pelo astrofísico mexicano Juan Venancio Hernández Santisteban, consistiu na observação de um sistema binário – duas estrelas que orbitam um centro de massas comum.
O sistema binário, designado J1433, encontra-se a 730 anos-luz de distância da Terra, e foi observado com a ajuda do instrumento X-Shooter do telescópio VLT, no Chile.
Os resultados do estudo foram publicados na revista Nature há cerca de um mês, sob o título “An irradiated brown-dwarf companion to an accreting white dwarf“.
Citado pela agência EFE, Santisteban explicou que a descoberta “significa que a anã branca, através de um processo que levou milhares de milhões de anos, destruiu a sua estrela companheira“, tirando-lhe grande parte da sua massa graças à sua força gravítica.
“Este canibalismo estelar transformou o que inicialmente era uma estrela, a qual queima hidrogénio no seu centro, numa anã castanha”, afirmou.
Uma anã branca é o corpo celeste resultante do processo evolutivo, de milhares de milhões de anos, de uma estrela.
As anãs castanhas são corpos que não têm suficiente material para produzir fusões nucleares, pelo que são chamadas “estrelas falhadas”.
“As observações permitiram isolar, pela primeira vez, a luz de uma anã castanha num destes sistemas binários, assim como medir diretamente a sua massa”, explicou Santisteban à Phys.org.
“Desta maneira, confirmamos que se trata de um objeto subestelar, ou seja, que não produz fusõesnucleares no seu interior”, concluiu o cientista.
ZAP / Lusa
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