O radiotelescópio MeerKAT, da África do Sul, revelou 1.300 novas galáxias num pequeno canto do universo onde apenas 70 tinham sido detectadas antes.
As imagens tiradas pelos supertelescópios MeerKAT, feitas num pedaço de céu que cobre menos de 0,01% do total, mostram mais de 1.300 novas galáxias.
Numa delas, a cerca de 200 milhões de anos-luz de distância, novas estrelas estão a formar-se em abundância a partir do gás de hidrogénio. Noutro ponto, vê-se um buraco negro maciço a expelir jatos de eletrões poderosos que se deslocam a uma velocidade próxima à da luz.
“As imagens excepcionalmente belas de hoje demonstram que MeerKAT se juntou às grandes ligas de radioastronomia do mundo”, afirmou o investigador português Fernando Camilo, cientista-chefe do projeto Square Kilometre Array (SKA) na África do Sul.
A descoberta é apenas uma indicação do que o novo telescópio do hemisfério sul é capaz, pois este só estará em pleno funcionamento no final do ano. Atualmente, 16 dos 64 pratos do MeerKAT estão a digitalizar os céus.
Além dos objetivos científicos, as observações recentes do telescópio servem como uma demonstração tecnológica da capacidade da África do Sul de ser uma das bases operacionais do SKA, uma colaboração de 20 países sediada no Reino Unido, com vários radiotelescópios a serem construídos na Austrália e África do Sul.
O SKA deve estar funcional até a década de 2020, e será composto por cerca de três mil pratos espalhados por uma área de um quilómetro quadrado, permitindo aos astrónomos espreitar mais fundo no espaço do que jamais foi feito.
O SKA terá um poder de descoberta potencialmente 10 mil vezes maior do que os instrumentos atuais mais avançados, e irá explorar buracos negros, supernovas, energia escura e as origens do universo.
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