No
total, para um mercado de 1.802 toneladas de pilhas e acumuladores portáteis,
Portugal efetuou recolhas de 616 toneladas.
A
Quercus alertou esta quarta-feira que Portugal pode não cumprir a meta de
recolha de pilhas usadas fixada para setembro, se a entidade gestora com maior
peso no mercado, a Ecopilhas, mantiver a estagnação da atividade.
Nos
últimos três anos, a Ecopilhas “viu estagnar a recolha de pilhas e acumuladores
portáteis ” e, considerando que esta entidade representa cerca de 70% do
mercado, a Quercus “está preocupada, pois [a situação] pode colocar em causa a
meta de recolha de 45% estipulada para 26 de setembro” para Portugal, refere a
associação de defesa do ambiente.
Segundo os dados recolhidos pela Quercus, no ano passado, a
Ecopilhas, que representa um mercado de 1.251 toneladas, recolheu 325 toneladas
de resíduos de pilhas, não ultrapassando 24%, a ERP (316 toneladas) ficou com
119 toneladas, chegando a 49%, e a Amb3e (188 toneladas) atingiu 56%.
Assim,
no total, para um mercado de 1.802 toneladas de pilhas e acumuladores
portáteis, Portugal efetuou recolhas de 616 toneladas, ficando em 35%, acima do
objetivo de 25% para aquele ano, mas aquém da meta de setembro de 2016.
Contactado
pela agência Lusa, o diretor geral da Ecopilhas, Eurico Cordeiro, disse que,
atualmente, “as três entidades gestoras recolhem, no seu conjunto, o mesmo que
a Ecopilhas recolheu, enquanto entidade única, em 2009”.
Em
2010, foram atribuídas mais duas licenças de gestão de pilhas usadas, mas, “na
sua globalidade, [a recolha] não aumentou”, salientou Eurico Cordeiro,
explicando que aquelas entidades “não desenvolveram um circuito de recolha
próprio que seja alternativo” ao existente, “limitando-se a recolher pilhas e
acumuladores nos canais onde a Ecopilhas já está presente”.
Aquelas
entidades gestoras, referiu, fazem “uma pressão junto dos operadores de gestão
de resíduos, de cadeias de supermercados e de alguns SMAUT’s (Associações de
Municípios e Sistemas Multimunicipais), o que afeta os resultados de recolha da
Ecopilhas, e “em nada tem contribuído para a melhoria global da recolha de
pilhas e acumuladores portáteis em Portugal”.
Os
ambientalistas prometem questionar o Ministério do Ambiente acerca do trabalho
desenvolvido junto das três entidades gestoras deste fluxo de resíduos,
principalmente da Ecopilhas, “para que daqui a dois meses Portugal não falhe as
metas de recolha de pilhas e acumuladores portáteis”.
A
Quercus explica que, como os dados disponibilizados pela Agência Portuguesa do
Ambiente (APA) são de 2013, o que considera “um péssimo indicador”, a
informação que divulga para 2014 e 2015 resulta da análise dos relatórios
anuais de atividade das entidades gestoras.
Recorda
ainda que o Estado português está obrigado a controlar anualmente as taxas de
recolha e a enviar relatórios à Comissão Europeia nos seis meses seguintes ao
final de cada ano.
A
Lusa pediu ao ministério liderado por João Matos Fernandes um comentário sobre
esta situação, mas ainda não obteve resposta.
Fonte
e Foto: Lusa
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