Os dadores de sangue ao longo dos
últimos anos, têm sido atacados por diversas entidades, quando as mesmas os
deviam tratar da melhor forma possível através de actos concretos de
reconhecimento público, por exemplo o Serviço Nacional de Saúde, onde somos vistos
como utentes incomodativos.
Os dadores de sangue, através das suas
dádivas contribuem diariamente para a manutenção de milhares de postos de
trabalho a nível nacional, que por sua vez de forma directa ou indirecta
sustentam milhares de famílias, além de contribuirmos ainda para uma melhor
qualidade de vida de milhares de doentes dependentes dos componentes sanguíneos.
Os predicados usados contra os dadores
deviam envergonhar quem faz uso deles, revelando assim que ainda não
compreenderam a dimensão humana da dádiva de sangue, independentemente do seu
nível de conhecimento académico.
Fazer dos dadores de sangue cegos,
surdos e eventualmente mudos, é na minha opinião crer ir longe de mais, e a sua
queda pode estar iminente. Não somos material a granel, somos de carne osso com sentimentos humanistas.
Quem pretende enfiar a carapuça na
cabeça dos dirigentes das associações de dadores de sangue e, consequentemente
manter os dadores na ignorância sobre certos assuntos? Quem lucra com isso e
que proveitos retiram? Claro que ninguém é perfeito. Esta desculpa não pode nem
deve servir continuamente de cobertura para encobrir assuntos que a todos diz
respeito.
Acreditamos que, nas nossas costas, nas
quatro paredes dos gabinetes, onde se definem certas estratégias a dignidade dos
dadores de sangue é vilipendiada, é negociada a troco de benesses com o intuito de manter interesses mesquinhos. Porque será, as pessoas só são diferentes,
reivindicativas enquanto não ocupam cargos de decisão ou de representatividade?
A seguir tudo muda, dão o dito por não dito, distanciando-se daqueles que em
tempos ombrearam causas comuns. Lembro-me de uma máxima que diz tudo: “Se
quiser pôr à prova o carácter de um homem, dê-lhe poder.” ― Abraham Lincoln. Eles andam por ai de peito feito, servindo-se de um verbalismo oco, mas, hipnotiza...
Já não é de hoje que se questiona a
postura e as atitudes das pessoas diante da oportunidade de exercerem qualquer
tipo de poder decisório.
Mais
do que o carácter, acredita-se há muito tempo, que se pode conhecer toda a
personalidade de uma pessoa, observando a forma como ela lida com o poder que
tem condições de exercer.
Mais, alguns jornais e revistas com
circulação nacional (incluindo alguma imprensa regional, ancorada nos apoios
financeiros pagos por todos nós) deixaram de dar voz às associações de dadores
de sangue, alinhando assim com a indiferença com que o governo nos tem votado. Estamos
perante a nova versão para praticar a censura: é não dar cobertura
jornalística. Estiquem o braço e calem-se...
Porque será, a imprensa está mais disponível
para atacar os dadores, as suas associações, do que nos dar ouvidos? Quando o faz,
dá mais espaço a quem nos desrespeita, a quem nos trata como indesejáveis, como
acontece no SNS, como se fossemos sola de sapato.
Este assunto (entre outros) tem sido discutido
por nós dirigentes associativos, sem que ninguém nos tenha dado ouvidos. Outras
questões bem podiam ser aqui expostas, mas, considerando a sua delicadeza é melhor
dar esta reflexão por terminada.
Curioso, não aparece um órgão da
comunicação social que queira associar-se a nós, para que seja reposto o respeito integral aos dadores de sangue nos hospitais públicos e nos ditos centros de saúde.
Porque será? Deixou de ser assunto de interesse público? É caso para dizer: é a
qualidade de jornalismo que temos. É como os políticos, temos o que merecemos.
J. Carlos
Nota: Nem todos os fins justificam os
meios...Os momentos, demasiado longos e graves, que o povo português está a
viver...exige coerência no debate de ideias nos diversos níveis da sociedade
portuguesa e aos mais esclarecidos é-lhes pedido (por ninguém... é obrigação
nossa), um papel de cidadania activa... o esclarecimento...e de atenção para
ajudar a clarificar a verdade, ajudar na análise... e não devemos, por isso
confundir as pessoas com debates de ideias estéreis, donde não se retira nada
de útil para ajudar a reconstruir o país...este debate é exemplo disso...e
lembro que uma batata podre num saco...destrói o conteúdo do saco...e ninguém
aproveita...!!! Obrigada e tenham uma boa tarde...!!!
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