quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Milhares de postos de trabalho sustentados pelos dadores de sangue

Os dadores de sangue ao longo dos últimos anos, têm sido atacados por diversas entidades, quando as mesmas os deviam tratar da melhor forma possível através de actos concretos de reconhecimento público, por exemplo o Serviço Nacional de Saúde, onde somos vistos como utentes incomodativos.

Os dadores de sangue, através das suas dádivas contribuem diariamente para a manutenção de milhares de postos de trabalho a nível nacional, que por sua vez de forma directa ou indirecta sustentam milhares de famílias, além de contribuirmos ainda para uma melhor qualidade de vida de milhares de doentes dependentes dos componentes sanguíneos.

Os predicados usados contra os dadores deviam envergonhar quem faz uso deles, revelando assim que ainda não compreenderam a dimensão humana da dádiva de sangue, independentemente do seu nível de conhecimento académico.

Fazer dos dadores de sangue cegos, surdos e eventualmente mudos, é na minha opinião crer ir longe de mais, e a sua queda pode estar iminente. Não somos material a granel, somos de carne osso com sentimentos humanistas.

Resultado de imagem para Milhares de postos de trabalho sustentados pelos doadores de sangueQuem pretende enfiar a carapuça na cabeça dos dirigentes das associações de dadores de sangue e, consequentemente manter os dadores na ignorância sobre certos assuntos? Quem lucra com isso e que proveitos retiram? Claro que ninguém é perfeito. Esta desculpa não pode nem deve servir continuamente de cobertura para encobrir assuntos que a todos diz respeito.

Acreditamos que, nas nossas costas, nas quatro paredes dos gabinetes, onde se definem certas estratégias a dignidade dos dadores de sangue é vilipendiada, é negociada a troco de benesses com o intuito de manter interesses mesquinhos. Porque será, as pessoas só são diferentes, reivindicativas enquanto não ocupam cargos de decisão ou de representatividade? A seguir tudo muda, dão o dito por não dito, distanciando-se daqueles que em tempos ombrearam causas comuns. Lembro-me de uma máxima que diz tudo: “Se quiser pôr à prova o carácter de um homem, dê-lhe poder.” ― Abraham Lincoln. Eles andam por ai de peito feito, servindo-se de um verbalismo oco, mas, hipnotiza...

Já não é de hoje que se questiona a postura e as atitudes das pessoas diante da oportunidade de exercerem qualquer tipo de poder decisório. Mais do que o carácter, acredita-se há muito tempo, que se pode conhecer toda a personalidade de uma pessoa, observando a forma como ela lida com o poder que tem condições de exercer.

Mais, alguns jornais e revistas com circulação nacional (incluindo alguma imprensa regional, ancorada nos apoios financeiros pagos por todos nós) deixaram de dar voz às associações de dadores de sangue, alinhando assim com a indiferença com que o governo nos tem votado. Estamos perante a nova versão para praticar a censura: é não dar cobertura jornalística. Estiquem o braço e calem-se...

Porque será, a imprensa está mais disponível para atacar os dadores, as suas associações, do que nos dar ouvidos? Quando o faz, dá mais espaço a quem nos desrespeita, a quem nos trata como indesejáveis, como acontece no SNS, como se fossemos sola de sapato.

Este assunto (entre outros) tem sido discutido por nós dirigentes associativos, sem que ninguém nos tenha dado ouvidos. Outras questões bem podiam ser aqui expostas, mas, considerando a sua delicadeza é melhor dar esta reflexão por terminada.

Curioso, não aparece um órgão da comunicação social que queira associar-se a nós, para que seja reposto o respeito integral aos dadores de sangue nos hospitais públicos e nos ditos centros de saúde. Porque será? Deixou de ser assunto de interesse público? É caso para dizer: é a qualidade de jornalismo que temos. É como os políticos, temos o que merecemos.

J. Carlos

Nota: Nem todos os fins justificam os meios...Os momentos, demasiado longos e graves, que o povo português está a viver...exige coerência no debate de ideias nos diversos níveis da sociedade portuguesa e aos mais esclarecidos é-lhes pedido (por ninguém... é obrigação nossa), um papel de cidadania activa... o esclarecimento...e de atenção para ajudar a clarificar a verdade, ajudar na análise... e não devemos, por isso confundir as pessoas com debates de ideias estéreis, donde não se retira nada de útil para ajudar a reconstruir o país...este debate é exemplo disso...e lembro que uma batata podre num saco...destrói o conteúdo do saco...e ninguém aproveita...!!! Obrigada e tenham uma boa tarde...!!!




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