O
Supremo Tribunal Federal do Brasil abriu um inquérito para investigar a
Presidente com mandato suspenso, Dilma Rousseff, e o ex-Presidente Lula da
Silva por alegadas tentativas de obstrução à Justiça.
A
decisão foi divulgada na terça-feira à noite pelos jornais Globo, Folha de São
Paulo e Estado de São Paulo, que cita fontes com acesso à investigação.
Dado
que o processo está sob sigilo, a abertura do inquérito não foi confirmada pela
assessoria do STF.
A
decisão, tomada pelo magistrado Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato,
que investiga o maior esquema de corrupção do Brasil, também inclui os
ex-ministros de Dilma Rousseff José Eduardo Cardozo e Aloizio Mercadante.
São
ainda alvo do mesmo inquérito o presidente do Superior Tribunal de Justiça
(STJ), Francisco Falcão, o magistrado do STJ Marcelo Navarro Ribeiro Dantas e o
ex-senador Delcídio do Amaral.
Num
despacho de segunda-feira, Teori Zavascki deu autorização para a realização de
diligências no caso, o que acontece após a abertura de investigações.
A
abertura do inquérito tinha sido pedida pelo Procurador-Geral da República,
Rodrigo Janot, em Maio.
Para
a Procuradoria, a nomeação de Lula da Silva para ministro da Casa Civil teve
como objetivo perturbar as investigações da Operação Lava Jato, dado que
enquanto governante o ex-Presidente não poderia ser julgado pelo juiz Sérgio
Moro, que coordena a Lava Jato, mas apenas pelo STF.
A
suspeita da Procuradoria baseou-se, entre outros elementos, numa escuta
telefónica divulgada pelo juiz Sérgio Moro, na qual a Presidente diz a Lula da
Silva que lhe vai enviar a nomeação como ministro para ser usada em caso de
necessidade.
Em
Junho, Teori Zavascki enviou um ofício a Rodrigo Janot a questionar se ele
pretendia rever o pedido de investigação, dado que entretanto foi determinada a
anulação da escuta telefónica entre Dilma Rousseff e o seu antecessor.
A
anulação ocorreu porque a conversa foi gravada dia 16 de Março à tarde, quando
as escutas estavam autorizadas apenas até esse dia de manhã.
Em
Julho, Rodrigo Janot respondeu que mantinha o pedido de abertura de inquérito.
JN
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