No total, 314 cientistas espalhados pela Europa vão agora receber um total de 605 milhões de euros durante cinco anos, em bolsas europeias de investigação.
AXEL SCHMIDT/REUTERS |
O Conselho Europeu de Investigação (ERC, na sigla em inglês) acaba de divulgar os nomes dos 314 cientistas que venceram o último concurso de 2016 para bolsas de consolidação, que se destinam, como a designação indica, a consolidarem as suas equipas de investigação. Entre os 314 contemplados, que no total receberão 605 milhões de euros, encontram-se seis investigadoras portuguesas ou que trabalham em Portugal e às quais vai caber uma fatia de 11,76 milhões de euros.
A bióloga Sara Magalhães DR |
Os nomes de duas das investigadoras agora contempladas, e que trabalham em Portugal, já tinham vindo a público nos últimos dias: o da bióloga Sara Magalhães, do Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (Ce3C) da Faculdade de Ciências de Lisboa, que vai receber 1,99 milhões de euros para estudar a relação entre o tomateiro e dois ácaros, aprofundando o papel da competição na evolução destes três organismos; e o da espanhola Silvia Rodríguez Maeso, do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, que terá 1,91 milhões de euros para investigar as políticas anti-racistas na Europa e na América Latina.
Agora, segundo a lista dos vencedores divulgada esta terça-feira pelo ERC, juntam-se-lhes outras duas investigadoras portuguesas – Alexandra Marques e Ana Rita Cruz Duarte, ambas da Universidade do Minho. A Alexandra Marques são atribuídos 1,99 milhões de euros, para criar pele tridimensional através de engenharia de tecidos. E Ana Rita Duarte vai receber 1,87 milhões de euros para investigar uma nova classe de solventes “verdes”, os chamados “solventes eutécticos profundos de origem natural”, a partir de compostos derivados da natureza.
A investigadora Silvia Rodríguez Maeso DR |
Fora de Portugal, há ainda outras duas investigadoras portuguesas que constam desta última lista de bolsas de consolidação. Susana Chuva de Sousa Lopes, do Centro Médico da Universidade de Leiden, na Holanda, terá dois milhões de euros para estudar a ovogénese nos seres humanos, o processo de formação dos ovócitos, as células reprodutoras femininas. E Renata Basto, do Instituto Curie, em Paris, dedicar-se-á a investigar a variação do número de cromossomas em organismos vivos e terá também para isso dois milhões de euros.
O ERC foi criado em 2007 e atribui vários tipos de financiamento, agora ao abrigo do programa Horizonte 2020, para cientistas de qualquer nacionalidade que trabalhem na Europa ou que queiram vir para cá: além das bolsas de consolidação, destinadas a investigadores que fizeram o doutoramento há pelo menos sete anos e no máximo há 12, o ERC tem ainda, entre outras, as bolsas de arranque, geralmente atribuídas a jovens cientistas, doutorados no máximo há sete anos, para criarem o seu grupo de investigação.
Neste concurso para as bolsas de consolidação, que atribuem até dois milhões de euros para cinco anos, candidataram-se 2274 projectos de investigação – tendo sido seleccionados para financiamento 13,8%, segundo o comunicado do ERC. “Vinte e oito por cento das bolsas foram atribuídas a mulheres”, acrescenta-se. “Os vencedores destas bolsas receberam este financiamento competitivo porque são investigadores de excelência com ideias verdadeiramente inovadoras. Investir no seu sucesso trará benefícios a todos”, diz, citado no comunicado, Carlos Moedas, comissário europeu da Investigação, Ciência e Inovação.
Fonte: Publico
Foto: A bióloga Sara Magalhães DR
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