Luís Cunha Ribeiro, ex-presidente do INEM, foi detido esta manhã
O ex-presidente do INEM e da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, Luís Cunha Ribeiro, foi detido pela Polícia Judiciária, esta terça-feira de manhã, por suspeitas de corrupção, nos negócios do plasma sanguíneo.
Fonte policial adiantou ao JN que os factos em que aquele médico está envolvido e que estão sob investigação causaram um prejuízo ao Estado português que está já estimado em mais de 100 milhões de euros.
Em comunicado, a Procuradoria-Geral da República explica que o inquérito é dirigido pelo Ministério Público - Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, e que estão em curso "mais de três dezenas de buscas domiciliárias e não domiciliárias. Quatro destas buscas decorrem em instituições e estabelecimentos oficiais relacionados com a área da saúde, incluindo no Ministério da Saúde e no INEM. Duas das buscas realizam-se em escritórios e locais de trabalho de advogados.
"As buscas decorrem na área da Grande Lisboa e do grande Porto, havendo duas buscas que têm lugar em território suíço", diz a PGR.
Os factos em investigação ocorreram entre 1999 e 2015.
A PGR explica também os contornos do negócio suspeito: "No inquérito, investigam-se suspeitas de obtenção, por parte de uma empresa de produtos farmacêuticos, de uma posição de monopólio no fornecimento de plasma humano inativado e de uma posição de domínio no fornecimento de hemoderivados a diversas instituições e serviços que integram o Serviço Nacional de Saúde.
Para o efeito, um representante da referida empresa de produtos farmacêuticos e um funcionário com relevantes funções no âmbito de procedimentos concursais públicos nesta área da saúde terão acordado entre si que este último utilizaria as suas funções e influência para beneficiar indevidamente a empresa do primeiro."
Fonte: JN
Foto: Arquivo/Global Imagens
Comentário: como dirigente de uma associação de dadores de sangue que sou à 10 anos, sinto vergonha por tudo o que está acontecendo com o Plasma.
Convém não descurar que os dadores pagam para ser solidários, são com frequência desconsiderados nos serviços do SNS, sim os mesmos que em momentos de maior aperto fazem apelos para que os dadores ocorram para doar sangue.
Quando em 2011 rebentou a bomba H na primeira página do Jornal de Noticias relativa ao subaproveitamento do Plasma humano, pouco ou nada se esclareceu.
Acreditamos que as federações de dadores deviam ser chamadas a depor o sabiam, o que sabem nomeadamente na área do plasma. porque são coniventes de anos em silêncio.
Também estamos perante manobras de natureza politica, note-se, e nesse campo a vingança serve-se fria, gelada.
J. Carlos
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