terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Lesados do BES: os detalhes do acordo (& dois portugueses que brilham)

Enquanto dormia
 
David Dinis, Director do público
Bom dia!
Donald Trump nomeou um milionário pró-russo para chefiar a diplomacia dos EUA, baralhou a América com os seus desafios públicos à China e fez uma empresa perder 2 mil milhões na bolsa com um texto de 140 caracteres no Twitter (e ainda falta quase um mês para ser Presidente).
(Falando em lideranças estranhas) Nicolas Maduro fechou a fronteira com a Colômbia por 72 horas, para acabar com a circulação de notas proibidas no último domingo. Na televisão da Venezuela, Maduro foi contundente: "Queimei as mãos à máfia".
Morreu o líder da Opus DeiO bispo Javier Echevarría, de 84 anos, não resistiu a uma insuficiência respiratória.
E Pinto da Costa acusou os adversários de "cobardia", desafiando-os a avançarem para a liderança do clube. A entrevista ao Jornal de Notícias está aqui resumida, passando pelos negócios do seu filho ao momento da equipa.

As duas notícias do dia  (e 2 de ontem)

I. Acordo (quase) fechado com os lesados do BES. António Costa apresentará na sexta-feira uma solução definitiva para os clientes que investiram em dívida do Grupo Espírito Santo, que garante a recuperação de pelo menos metade do valor em dívida (de 50% a 75%). O compromisso é que tudo ficará pago até ao final da legislatura. A Rosa Soares explica os detalhes do acordo.
II. As três novas prioridades do BE já estão fora do acordo. O partido de Catarina Martins apresenta esta manhã as suas reivindicações para o ano novo - que passam por reversões no Código do Trabalho e nas PPP da Saúde, mas também a renegociação da dívida pública. “2017 é um desafio para o nosso relacionamento com o Governo", assume o líder parlamentar do Bloco, Pedro Filipe Soares à Maria João Lopes.
III. Guterres entrou com o pé direito. A Maria João Guimarães decifrou o primeiro discurso do português na ONU, que Carlos Gaspar já diz ser "o Papa secular". O Editorial do PÚBLICO não vai tão longe na denominação, mas atreve-se a dizer isto: "A coragem e ambição que Guterres pôs no seu discurso mostram que levou a sério uma sua velha lição". 
IV. Ronaldo continua o seu ano perfeito. Ontem passou três gigantes da história do futebol com a quarta Bola de Ouro. É caso para dizer que o ilhéu chegou ao céu (ou que um ano com fotos destas só podia acabar assim).

Outras notícias a reter

Na Educação, um manifesto pede menos poder para directores das escolas. “Não podemos gerir uma escola como se se tratasse de uma empresa", dizem os subscritores. O documento e os argumentos estão no PÚBLICO em primeira mão.
Na Saúde, um aviso: faltam dados para avaliar tratamento do cancro. Os investigadores da Escola Nacional de Saúde Pública estudaram os dados de vários hospitais e pedem a criação de um registo nacional para melhorar o combate à doença. A notícia também é do PÚBLICO.
Para nós, consumidores, uma boa notícia: a informação sobre sal e açúcar já é obrigatória em alimentos embalados. O lembrete vem via JN.
Na segurança, temos novo alerta no aeroporto de Lisboa: um drone sobrevoou a pista do aeroporto num incidente "perigosíssimo", diz a TSF.
Na justiça, Ricardo Salgado já pode sair do país livremente - sem autorização do juiz. A última medida de coação caducou ontem, lembra o DN.
Nas contas públicas, três motivos de preocupação: um indirecto, que vem do aumento do preço do petróleo (aqui bem contado pelo Sérgio Aníbal); outro directo, que pode sair hoje da decisão de um tribunal de Londres sobre os famosos swap do Santander (via DN); e um perigoso, que vem da dívida descontrolada das empresas públicas.
Na política, temos uma proposta diferente vinda de Rui Rio: diz o candidato a candidato à liderança do PSD que se devia reduzir IRS, IRC e IVA, para criar um imposto para pagar a dívida.
Já na banca, registe uma saída surpresa do BCP: o banco espanhol Sabadell vendeu a sua participação no banco, sem pré-aviso conhecido. No BPI, Isabel dos Santos fechou a sua compra do BFA por 30 milhões de eurosE na Caixao PSD saiu do silêncio para dizer que nada ocultou sobre a situação do banco público.

Boas leituras

A política na era dos robôs. Qual é, hoje, o papel das redes sociais nas campanhas políticas? Será Donald Trump o primeiro político típico da nova era da Internet, como Hitler dominou a era da rádio e Kennedy iniciou a da televisão? O Paulo Moura interrogou-se com as surpresas Trump e Brexit e foi atrás dos especialistas que decifrassem o novo mundo. Quer ver as respostas?
As memórias de um belo mentiroso. Já vem de sexta-feira, mas ainda não lhe tinha recomendado por aqui: O Túnel de Pombos é um livro de memórias dispersas, que atravessam a vida de John le Carré. A Isabel Lucas leu o livro e escreve-nos sobre o homem que se construiu na mentira, à procura da sua verdade enquanto se ri dela. "John le Carré não existe”, diz o seu biógrafo.
Os filmes de prestígio, as megaestrelas e a nova TV. Da lista de nomeados dos Globos de Ouro, a Joana Amaral Cardoso fez-nos um verdadeiro guião para o cinema e televisão que estão na mó de cima. Bem bom para quem não sabe o que ver mais logo.

Hoje acontece
  • PSD e CDS assinam novo acordo de parceria para as eleições autárquicas. A Sofia Rodrigues não antevê grandes novidades (mas estaremos atentos aos detalhes, just in case).
  • Ferreira Leite vai à comissão de inquérito da Caixa. A social-democrata falará enquanto ex-ministra das Finanças, não como comentadora. 
  • A assembleia-geral do BPI conta fechar a venda do BFA a Isabel dos Santos, pondo um ponto final na longa novela sobre o banco angolano. Mas como ainda falta a autorização do BCE, a dúvida mantém-se: será desta?
  • O banco central dos EUA reúne-se, prevendo-se que decida já amanhã uma subida da taxa de juro directora.

Mesmo a terminar

O que é uma "marcelfie", sabe? É uma selfie com Marcelo, pois claro. A febre das fotos com o Presidente que nunca está sozinho já deu em concurso. E das felizes finalistas já saiu uma vencedora.
E quem foi o Rei que quis estar sozinho? E por que razão decidiu ficar longe da mulher depois de morto? A Lucinda Canelas foi saber do restauro do sarcófago de El Rei D. Dinis no Mosteiro de Odivelas e descobriu umas páginas perdidas da história. As fotos também valem a pena (embora diferentes das de El Rei D. Marcelo I).
Dia bom, até já!

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