É já dia 4 de janeiro que o Cineteatro Municipal Messias, na Mealhada, será palco de um concerto esplêndido: a Orquestra Filarmonia das Beiras e o compositor Mário Laginha juntam-se para um inesquecível concerto de Ano Novo.
O tradicional Concerto de Ano Novo e Reis constitui um dos momentos marcantes da temporada musical da Orquestra Filarmonia das Beiras (OFB). Tal como em Viena, soarão as mais conhecidas valsas, polcas e marchas de Strauss, selecionadas para fazer entrar o Novo Ano de 2017 em ritmo festivo. Neste concerto junta-se à OFB o conceituado pianista Mário Laginha. Sob a direção do maestro António Vassalo Lourenço, a orquestra e este músico revisitarão as suas composições, num espetáculo único.
A primeira parte do concerto é dedicada A Johann Strauss II (1825-1899), revisitando composições como a “Polca Raios e Trovões”, “Polca Balas Mágicas”, “Valsa Rosas do Sul”, “Polca Pizzicato”, “Marcha Egípcia”, “Valsa Vozes da Primavera” e a “Marcha Radtzky”.
A segunda parte será dedicada a Mário Laginha, com “Histórias Muito Curtas II”, “Histórias Muito Curtas VI”, “Histórias Muito Curtas III”, “Concerto nº1 para Piano e Orquestra (2º e 3º andamento)” e “Chorinho Feliz”.
O concerto terá início às 21h30 e o bilhete custa 5€. Reservas: 231 209 0870 (quarta-feira, ao contrário do habitual, a bilheteria do Cineteatro Municipal Messias estará aberta durante toda a tarde).
Orquestra Filarmonia das Beiras
A OFB é composta por 23 músicos de cordas de diversas nacionalidades e com uma média etária jovem e, desde 1999, é dirigida artisticamente pelo maestro António Vassalo Lourenço. Norteada por princípios de promoção e desenvolvimento da cultura musical, através de ações de captação, formação e fidelização de públicos e de apoio na formação profissionalizante de jovens músicos, democratizando e descentralizando a oferta cultural, a OFB tem dado inúmeros concertos, além de desenvolver frequentes e constantes atividades pedagógicas (programas pedagógicos infanto-juvenis, cursos internacionais vocais, instrumentais e de direção de orquestra, etc.). Também sob estes princípios, apresenta, desde 2006, produções de ópera diversas (infantil, de repertório ou portuguesa).
Maestro António Vassalo Lourenço
António Vassalo Lourenço é diretor artístico da Orquestra Filarmonia das Beiras desde 1999 do Coro Regina Coeli, entre 1983 e 2008, e é ainda responsável pelas classes de Coro e Direção da Universidade de Aveiro, desde 1997. Com estes grupos tem dado particular atenção à música portuguesa, tendo realizado diversas estreias, primeiras audições modernas e gravações de obras de compositores portugueses. Foi diretor artístico do Festival Internacional de Música de Aveiro, entre 2000 e 2004, e, em 2006, criou o Estúdio de Ópera de Centro, projeto que tem desenvolvido importante atividade formativa e tem realizado produções de ópera por todo o país que incluem, para além da apresentação de importantes óperas de repertório, produções em português, ópera portuguesa e ópera para crianças
Mário Laginha
Com uma carreira que leva já mais de duas décadas, Mário Laginha é habitualmente conotado com o mundo do jazz. Mas se é verdade que os primórdios do seu percurso têm um cunho predominantemente jazzístico – foi um dos fundadores do Sexteto de Jazz de Lisboa (1984), criou o decateto Mário Laginha (1987) e lidera ainda hoje um trio com o seu nome -, o universo musical que construiu com a cantora Maria João é um tributo às músicas que sempre o tocaram, a começar pelo jazz e passando pelas sonoridades brasileiras, indianas, africanas, pela pop e o rock, sem esquecer as bases clássicas que presidiram à sua formação académica e que acabariam por ditar o seu primeiro e tardio projecto a solo, inspirado em Bach (Canções e Fugas, de 2006).
Em finais da década de oitenta iniciou uma colaboração, que se mantém até hoje, com o pianista clássico Pedro Burmester, com quem gravaria um disco, e que seria alargada a Bernardo Sassetti em 2007 no projeto “3 pianos”, com a gravação de um CD e um DVD, além de uma dezena de concertos com fortíssima repercussão na crítica e no público. Até ao seu inesperado desaparecimento, Bernardo Sassetti foi, de resto, um parceiro e cúmplice de Mário Laginha em muitas dezenas de concertos e em dois discos gravados, o último dos quais dedicado à música de José Afonso.
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