David Dinis, Director
|
Notícias da América: Trump tem uma nova conselheira na Casa Branca (que é a sua filha); há um novo travão de um juiz do Havai ao decreto que trava as entradas no país; e uma renegociação do tratado de comércio livre da América do Norte, bastante mais suave do que Trump antevia durante a campanha, conta o Wall Street Journal.
A China pôs pressão sobre Trump. Numa total inversão de papéis, face há escassos meses, Pequim desafiou a Europa a convencer Donald Trump a não rasgar os compromissos de Obama com o acordo de Paris, para reduzir as emissões poluentes.
Ainda o Brexit. Porque as histórias importantes não se largam ao dia 2, trago-lhe a estratégia do Governo português para lidar com a saída do Reino Unido. Na síntese da Teresa de Sousa, é assim: "Portugal quer um soft Brexit, mas está preparado para tudo". Ontem foi o dia em que Theresa May deu início do divórcio (com uma ameaça velada pelo meio a Bruxelas). E também o dia em que os líderes europeus se despediram de um parceiro. A carta que ficará na história está aqui, na companhia das capas dos jornais de que não nos esqueceremos. Aqui no PÚBLICO, acrescentamos algumas peças ao puzzle: uma banda sonora à medida do divórcio, o tal guia para o que se segue. E opinião, para nos ajudar a ler o futuro.
Não há mais telemóveis nos bastidores dos Óscares. Depois da troca de vencedores da última edição, a consultora responsável pelo erro decidiu banir os smartphones das próximas cerimónias (para não haver mais distracções).
Por cá, o presidente do Sporting deu uma entrevista a cores. Para dizer, por exemplo, que “há um lápis vermelho no futebol português”. Bruno de Carvalho quer mudar a percepção que diz existir de que os “leões” não têm poder.
A entrevista a Mário Centeno
No dia em que o Governo vende o Novo Banco, em dia de reunião do Montepio, a entrevista do PÚBLICO e Renascença é a Mário Centeno. E o que é que nos diz o ministro das Finanças?
- Há uma resposta sobre o Novo Banco que ainda não nos diz muito: que "não é verdade" que o Estado vá ficar sem poder no banco;
- Uma não resposta sobre o Montepio, que nos diz mais (sem nos descansar): "Eu estou descansado em relação ao meu trabalho";
- Outra não resposta sobre o Banco de Portugal (que nos interroga): "Não tenho de me pronunciar sobre o lugar do governador";
- Uma promessa de redução do IRS em 2018, "para os que mais necessitam";
- Um aviso ao BE e PCP: "A política sobre a dívida vai ser mantida", diga o que disser o grupo de trabalho em curso;
- E um repto para fora: "As agências de rating usam critérios bastante discricionários".
Regresso a alguns destes temas, já a seguir.
As notícias do dia
O Montepio está noutras capas dos jornais. O banco fechou 2016 com prejuízos de 86,5 milhões. O presidente da Caixa Económica contraria o da Mutualista e diz que o banco mudará mesmo de nome. A PGR confirmou uma investigação a um financiamento dos bancos Montepio e BES; o Negócios acrescenta que o Montepio tem 10% do grupo dos antigos sócios de Salgado; e o DN avança que o Governo quer a Santa Casa a entrar no banco para o salvar (resta saber se a Santa Casa está para aí virada).
O Novo Banco também está na ordem do dia. Diz a Cristina Ferreira que o Fundo de Resolução assegurou direitos de 25% numa posterior venda do Novo Banco (mesmo que acabe com menos capital). Diz Teixeira dos Santos que vamos todos pagar a factura (numa entrevista à TSF). Acrescenta o Expresso: é possível que a venda seja mesmo por menos que zero. E ainda avisa o Eco: o Fundo de Resolução não pode reforçar o capital do banco. Mesmo assim, à esquerda, anota-se uma dose de realismo.
Na banca ainda há mais isto: o Banco de Portugal obrigou o Haitong a reforçar o capital em 419 milhões.
Na Economia, registe uma denúncia do regulador ao Governo: há falta de concorrência no gás de botija a prejudicar o consumidor (a Ana Brito conta a história; Também uma vitória dos proprietários no arrendamento local; um atraso na redução do Pagamento Especial por Conta; e um aviso de emails falsos das Finanças, a que convém estar atento.
O Governo adiou uma medida prometida: a penalização da TSU por contratos a termo não avança em 2018. E pôs-se fora de uma polémica: não vai assinar o relatório sobre a dívida, descobriu a Maria João Lopes.
Mas celebra uma vitória: o Banco de Portugal reviu em alta as expectativas de crescimento (com uma ajuda das barragens e de Fátima). Como diz o Sérgio Aníbal, agora é o consumo privado que afasta Portugal da convergência com a UE.
Uma pausa no optimismo (via INE): as projecções para 2080 revelam um Portugal reduzido a 7,5 milhões de habitantes, com 317 idosos por cada 100 jovens. A Natália Faria foi perguntar aos especialistas isto: trabalhar menos dias por semana e durante mais tempo é solução para um país de velhos?
Na Sociedade, os casos de Hepatite A já passam a centena (sobretudo afectando homens nos 30 anos), mas diz agora a DGS que sem ligação ao "chemsex". O Bruno Horta falou com um dos pacientes - e esta é a versão dele. Já agora uma ajuda: a Hepatite A tem tratamento? E quais são os sintomas? A vacina é que quase não existe no mercado.
Hoje na agenda
- O Governo tem agenda cheia: deve aprovar a venda do Novo Banco, avançar com a recapitalização da CGD e aprovar o dia 1 de Outubro para a realização das eleições autárquicas.
- O ministro do Trabalho apresenta o "Relatório Global sobre os Salários 2016/17 "da OIT.
- A Associação Mutualista realiza a sua Assembleia Geral, lá pelas 20h00, em Lisboa.
- A REN e o Grupo Caixa Agrícola mostram as contas de 2016.
Só mais um minuto
Foi um gozo pegado todo o dia. Basta dizer "o busto" e já sabe do que estou a falar. Parte boa: até Ronaldo pareceu divertir-se (com Costa e Marcelo a acompanhar). Parte... enfim: mas quem raio é que comprou tal coisa?
Mantendo a fé na humanidade: veja lá se a Samsung não aprendeu com os erros - e nos deu agora um telemóvel mais inteligente.
A verdade é que a tecnologia não pára de nos surpreender. Um homem paralisado pensou em mover o braço e, pela primeira vez, conseguiu fazê-lo. Só com o pensamento.
Dito isto, talvez seja hora de irmos ao trabalho, certo? Deixo-lhe só o meu desejo de que tenha um dia bom. E a promessa de que estaremos muito atentos: o dia promete ser agitado por aqui.
Cá nos encontramos, assim que quiser. Até já!
Nenhum comentário:
Postar um comentário